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No último domingo, 21 de setembro, o Brasil testemunhou uma onda de manifestações contra PEC da Blindagem e anistia a Bolsonaro. Diversas cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, registraram atos que reuniram milhares de cidadãos em oposição à Proposta de Emenda Constitucional das Prerrogativas, bem como à potencial anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.
A capital paulista foi palco de um dos maiores eventos, com a Avenida Paulista se enchendo de manifestantes. Levantamentos do Monitor do Debate Político do CEBRAP, em parceria com a ONG More in Common, estimaram a presença de 42.400 pessoas. Para se ter uma ideia comparativa, uma mobilização anterior, em 7 de setembro, que reunia apoiadores do ex-presidente em defesa da anistia, havia contabilizado um número ligeiramente menor de participantes, com 42.200 manifestantes, conforme o mesmo monitor. O evento demonstrou uma significativa capacidade de mobilização de segmentos contrários às propostas discutidas no parlamento.
Manifestações Contra PEC da Blindagem e Anistia Mobilizam o Brasil
Na Cidade Maravilhosa, os protestos contra a PEC da Blindagem assumiram um caráter cultural e vibrante. A orla de Copacabana transformou-se em um grande palco a céu aberto, reunindo nomes icônicos da música brasileira. Artistas renomados como Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan, ao lado de Caetano Veloso, abrilhantaram o ato com apresentações que misturaram arte e reivindicações políticas, ressaltando o repúdio à proposta legislativa e a anistia do ex-presidente. Os eventos culturais nas manifestações sublinham a dimensão engajadora e simbólica dos movimentos sociais no país.
Em Brasília, o centro do poder federal, a mobilização ocorreu pela manhã. Os manifestantes se concentraram em frente ao Museu Nacional da República e, de lá, seguiram em passeata organizada em direção às proximidades do Congresso Nacional. A capital federal é historicamente um ponto de convergência para protestos que buscam chamar a atenção direta de parlamentares e autoridades do Executivo, e este domingo não foi diferente, com cidadãos de diversas origens e preocupações unindo-se em uma causa comum.
A Proposta de Emenda Constitucional, conhecida popularmente como “PEC da Blindagem” ou oficialmente como “PEC das Prerrogativas”, tem como objetivo dificultar processos criminais contra parlamentares. Sua aprovação na Câmara dos Deputados, ocorrida na última quarta-feira, 17 de setembro, foi um passo significativo no seu trâmite, mas a proposta ainda depende da apreciação e eventual aprovação no Senado Federal. A PEC tem sido o pivô de um intenso debate, levantando discussões sobre impunidade, transparência e o equilíbrio de poderes.
A pauta da PEC das Prerrogativas foi objeto de declarações importantes no mesmo domingo das manifestações. O senador Otto Alencar (PSD-BA), que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, afirmou à GloboNews que sua intenção era pautar a matéria já nesta semana. Sua finalidade declarada é clara: “sepultar de vez esse assunto no Senado”. O parlamentar não poupou críticas à PEC, descrevendo-a como um “murro na barriga e tapa na cara do eleitor”, em uma forte indicação da posição que defenderá na tramitação.
O cenário no Senado, segundo o senador Otto Alencar, aponta para uma articulação interna empenhada em rejeitar a proposta. As movimentações indicam que a “PEC da Blindagem” enfrentará resistência não apenas na própria CCJ, onde será analisada inicialmente, mas também no plenário da Casa, caso avance. Este ambiente de forte oposição sugere que o caminho da PEC no Senado será turbulento, podendo ser barrada antes mesmo de chegar à votação final.
Imagem: bbc.com
As manifestações, amplamente documentadas, refletiram um espectro de insatisfações da sociedade. Muitos dos participantes utilizaram símbolos nacionais, como camisetas nas cores da bandeira do Brasil, que tradicionalmente têm sido associados a movimentos políticos de direita radical, mas que neste contexto foram ressignificados em um protesto de oposição às medidas legislativas. Este detalhe aponta para a diversidade de ideologias e frentes que se uniram na jornada de 21 de setembro.
Para além das capitais brasileiras, a mobilização internacional também se fez presente. Manifestantes em Berlim, na Alemanha, reuniram-se em frente à embaixada do Brasil para expressar seu descontentamento. Essa dimensão global dos protestos sublinha o alcance da preocupação com as questões políticas internas brasileiras e a anistia. As vozes ecoaram além-fronteiras, ampliando o coro de repúdio às medidas legislativas.
Um dos motes centrais das manifestações contra PEC da Blindagem e das anistias foi o repúdio à concessão de indulto ou perdão aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A pauta das mobilizações demonstrou uma clara conexão entre a PEC das Prerrogativas, a blindagem a parlamentares e a percepção de que certas propostas visam favorecer ou anistiar políticos e agentes implicados em condutas ilegais. Essa conjunção de fatores galvanizou os participantes, fortalecendo a união em torno das reivindicações apresentadas.
Os eventos deste domingo (21/9) deixaram claro o sentimento de repúdio da sociedade civil frente à Proposta de Emenda Constitucional da Blindagem e à anistia ao ex-presidente e aos presos do 8 de janeiro. A mobilização em diversas cidades, aliada à declaração do senador Otto Alencar sobre a intenção de sepultar a PEC no Senado, reforça a pressão sobre o legislativo. Uma análise mais aprofundada sobre o trâmite legislativo e o conteúdo da PEC das Prerrogativas pode ser consultada no portal oficial do Senado Federal. Continue acompanhando a cobertura detalhada destes acontecimentos e outras importantes discussões políticas em nossa editoria de Política para se manter bem informado.
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