Meta Nega Escuta de Microfones para Ads no Instagram

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Meta Nega Escuta de Microfones para Ads no Instagram. O chefe do Instagram, Adam Mosseri, lançou um vídeo oficial com o objetivo de desmentir uma crença arraigada e desafiadora que a Meta tem enfrentado por anos: a acusação de que a empresa escuta as conversas dos usuários através dos microfones dos telefones para direcionar anúncios personalizados. A comunicação busca clarear uma área de grande ceticismo entre a base de usuários global da plataforma.

A iniciativa de Mosseri, divulgada em 1º de outubro de 2025, ocorre em um momento interessante. Coincidentemente, no mesmo dia, a Meta anunciou que começará a usar dados de interações em chats com inteligência artificial para otimizar a personalização dos anúncios exibidos aos usuários. Essa nova medida de segmentação de ads acrescenta uma camada extra à discussão sobre privacidade, levantando mais questões para a empresa que já lida com desconfiança pública sobre suas práticas de dados.

Meta Nega Escuta de Microfones para Ads no Instagram

A precisão por vezes assustadora dos sistemas de segmentação de anúncios da Meta tem alimentado por anos a especulação de que a companhia poderia estar interceptando áudios via microfones. Usuários frequentemente se deparam com publicidade de produtos ou serviços sobre os quais sentem ter apenas conversado verbalmente, sem nenhuma interação digital aparente que justifique o anúncio. Tal percepção tem sido um desafio constante para a Meta, que reiteradamente tenta afastar essas alegações. Em 2016, quando ainda se chamava Facebook, a empresa emitiu um comunicado oficial afirmando explicitamente que não utilizava o microfone dos telefones para fins de publicidade ou para influenciar o que aparecia no feed de notícias.

Dois anos mais tarde, em uma audiência no Senado em 2018, o próprio CEO Mark Zuckerberg abordou a questão de forma direta. Quando questionado sobre o uso de microfones para escuta, sua resposta foi um categórico “não”. Além disso, a Meta mantém um documento de suporte com a pergunta “O Facebook e o Instagram estão ouvindo suas conversas sem seu conhecimento?”. A resposta oficial e consistente da empresa é sempre negativa, reafirmando que o microfone só é utilizado mediante permissão explícita do usuário e apenas quando este está ativamente usando um recurso que exija sua funcionalidade, como chamadas ou gravação de áudio em stories.

No vídeo de quarta-feira, Mosseri destacou ter tido “muitas conversas apaixonadas” sobre o tema, inclusive com sua esposa, que provavelmente compartilha das mesmas dúvidas que muitos usuários. O chefe do Instagram reforçou o compromisso da Meta com a privacidade: “Nós não ouvimos vocês. Nós não usamos o microfone do telefone para bisbilhotar vocês. Escutá-los através do microfone do telefone seria uma violação grosseira da privacidade e esgotaria a bateria do seu telefone,” afirmou ele, tentando apresentar tanto argumentos éticos quanto práticos contra tal prática.

Explicações Alternativas para Anúncios Precisos

Para desmistificar a coincidência de ver anúncios de algo que foi apenas conversado, Mosseri apresentou algumas explicações alternativas detalhadas, visando fornecer uma perspectiva sobre como a precisão dos anúncios é alcançada sem a necessidade de escuta ilegal:

Meta Nega Escuta de Microfones para Ads no Instagram - Imagem do artigo original

Imagem: Getty via theverge.com

  1. Interação Prévia com o Conteúdo: A primeira explicação sugere que o usuário pode ter, na realidade, interagido de alguma forma com o produto ou um conteúdo relacionado. Isso inclui ter clicado em algo sobre o tema, visitado um site que o comercializa ou até mesmo feito uma pesquisa online antes mesmo de a conversa ter acontecido. Empresas anunciantes frequentemente compartilham dados com a Meta sobre quem visita seus sites, permitindo que a Meta, por sua vez, exiba anúncios direcionados a esses visitantes, caso o anunciante pague para alcançar essa audiência específica.
  2. Interesses Compartilhados e Conexões Sociais: Uma segunda possibilidade é que os anúncios são baseados no que a Meta acredita ser de interesse do usuário, parcialmente fundamentado no que seus amigos ou pessoas com perfis e interesses similares consomem. Assim, se uma pessoa conversou sobre um produto, pode ser que um amigo dela já o tenha pesquisado ou interagido com ele, ou que outras pessoas com o mesmo perfil de interesse tenham feito o mesmo. O sistema, então, infere que o usuário também estaria interessado.
  3. Exposição Subconsciente e Recordação Posterior: A terceira justificativa aborda a velocidade com que navegamos pelas redes sociais. Mosseri argumenta que é provável que o usuário já tenha sido exposto ao anúncio em algum momento, mesmo que não o tenha percebido conscientemente. Rolamos a tela rapidamente e, por vezes, absorvemos informações subliminarmente. Essa exposição prévia pode influenciar o que discutimos posteriormente, criando a falsa impressão de que a conversa veio antes do anúncio.
  4. Pura Coincidência: Por fim, o chefe do Instagram não descarta a chance de que tudo seja, pura e simplesmente, uma coincidência aleatória. Eventos improváveis acontecem e, dada a vasta quantidade de anúncios e conversas que ocorrem diariamente, algumas dessas correspondências são estatisticamente esperadas.

Apesar de seu esforço em explicar e tranquilizar, Adam Mosseri expressou sua expectativa de que o rumor persistirá. “Eu sei que alguns de vocês simplesmente não vão acreditar em mim, por mais que eu tente explicar”, admitiu ele. Os comentários no próprio vídeo confirmam seu prognóstico; muitos usuários demonstraram ceticismo, como um dos comentários mais curtidos que ironicamente dizia: “É exatamente isso que eu diria se estivesse ouvindo as conversas das pessoas.” A controvérsia em torno da privacidade digital e das práticas de rastreamento de anúncios continua a ser um tema quente, levantando debates importantes sobre o papel da tecnologia em nossas vidas, conforme discutido em análises sobre desafios crescentes na privacidade digital e nas práticas de rastreamento online por grandes empresas tecnológicas. Você pode aprofundar-se sobre o assunto em fontes independentes, como reportagens que abordam as questões da publicidade digital e proteção de dados, por exemplo, como esta da BBC sobre como funciona o rastreamento online em publicidade: https://www.bbc.com/news/technology-56754032.

A tentativa de Adam Mosseri de dissipar o persistente rumor sobre a escuta de microfones pela Meta demonstra o desafio contínuo das plataformas de redes sociais em equilibrar a personalização de serviços com a garantia da privacidade do usuário. Enquanto a Meta insiste que suas práticas são transparentes e respeitam a intimidade de seus bilhões de usuários, uma parte considerável do público permanece cética. Para mais notícias e análises sobre temas relevantes como privacidade de dados e ética empresarial no universo tecnológico, convidamos você a continuar navegando por nossas publicações e explorar a seção de Análises para se aprofundar nesses importantes debates contemporâneos.

Crédito da imagem: Getty Images


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