Morte de Ruy Ferraz Fontes: Ex-Delegado-Geral SP é Assassinado

noticias
Artigos Relacionados

📚 Continue Lendo

Mais artigos do nosso blog

A brutal morte de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo, na noite de segunda-feira, 15 de setembro, chocou as autoridades e a população. Fontes, de 63 anos, foi vítima de um assassinato em circunstâncias que sugerem uma emboscada na cidade de Praia Grande, no litoral paulista, onde exercia o cargo de secretário municipal de Administração. A fatalidade levanta questionamentos sobre a segurança pública e a atuação de organizações criminosas no estado.

Imagens do ataque revelam uma dinâmica cinematográfica e violenta. Um veículo, que transportava Fontes, trafegava em alta velocidade por uma avenida quando colidiu com um ônibus e, em seguida, capotou. Minutos depois, um segundo carro se aproximou, de onde desceram indivíduos portando armamento pesado. Esses atiradores dirigiram-se ao veículo acidentado, onde o ex-delegado estava, efetuaram disparos e fugiram rapidamente da cena. Além de Fontes, outras duas pessoas que estavam próximas ao local foram atingidas pelos criminosos, sendo feridas.

Morte de Ruy Ferraz Fontes: Ex-Delegado-Geral SP é Assassinado

Em resposta à gravidade do crime, o governo estadual agiu prontamente, conforme divulgado pelo secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite. Por meio de suas redes sociais, Derrite anunciou a determinação de criar uma força-tarefa exclusiva com o objetivo de capturar os responsáveis pelo homicídio. O secretário enfatizou que a iniciativa reflete uma “prioridade definida” pelo governador Tarcísio de Freitas, sinalizando o compromisso da gestão em elucidar o caso e punir os envolvidos. O assassinato de uma figura tão proeminente da segurança pública, mesmo que aposentado da corporação, acendeu o alerta máximo na cúpula da segurança paulista.

Derrite ainda reforçou a confiança no corpo policial, assegurando que equipes especializadas serão mobilizadas para trabalhar de forma colaborativa, buscando todas as pistas e informações para identificar e qualificar cada indivíduo que participou da ação criminosa. “Nós vamos identificar e qualificar todos os covardes que participaram desse assassinato”, declarou o secretário, reiterando a firmeza na busca por justiça. Em nota oficial enviada à Folha de S. Paulo, o governador Tarcísio de Freitas descreveu a morte de Ruy Ferraz Fontes como um ato “covardemente assassinado” e prometeu um esforço máximo da administração para prender e assegurar que os culpados sejam exemplarmente punidos, “com todo o rigor da lei”.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) também divulgou um comunicado expressando profundo pesar pela “perda irreparável” de Fontes, que foi vítima do atentado ocorrido no bairro Vila Mirim. A nota detalhou que policiais militares foram acionados e atenderam a ocorrência rapidamente, conseguindo localizar o veículo utilizado pelos criminosos. A cena do crime foi imediatamente preservada para a realização de perícia técnica, e o registro do caso está em andamento na Polícia Civil. A SSP-SP assegurou que equipes adicionais estão em campo, dedicando-se às diligências investigativas e utilizando ferramentas de inteligência para identificar, prender e responsabilizar todos os envolvidos nesse ato hediondo. Esta colaboração entre as diversas frentes da polícia estadual é vista como crucial para o avanço da investigação.

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) não apenas manifestou seu profundo pesar pela perda de Fontes, mas também fez duras críticas ao governo estadual. Em nota, o Sindpesp ressaltou que Fontes era uma figura central no combate ao crime organizado e reconhecido por sua atuação incisiva contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Para o sindicato, a execução de um ex-delegado que alcançou o cargo máximo na Polícia Civil expõe uma fragilidade na forma como o governo valoriza seus agentes de segurança mais dedicados.

A entidade sindical enfatizou a necessidade urgente de uma maior valorização da Polícia Civil, defendendo mais contratações de profissionais, o aprimoramento das estruturas físicas e a ampliação dos investimentos em materiais essenciais. A morte de Ruy Ferraz Fontes, nesse contexto, foi apresentada como um evento que torna “gritante” a demanda por um tratamento diferenciado para a corporação, que atua em condições muitas vezes precárias diante de ameaças complexas como as facções criminosas. As críticas do sindicato, direcionadas à administração estadual, colocam em evidência as contínuas tensões e desafios enfrentados pelos profissionais de segurança pública no estado.

A Trajetória de Ruy Ferraz Fontes: Especialista Contra o Crime Organizado

A carreira de Ruy Ferraz Fontes era marcada pela dedicação à segurança pública e pelo combate implacável ao crime organizado. Com 63 anos, Fontes era formado e pós-graduado em Direito e iniciou sua jornada como delegado de polícia em 1988, acumulando uma experiência de 15 anos em uma delegacia especializada em roubo a bancos. Sua atuação e profundo conhecimento renderam-lhe a reputação de um dos maiores especialistas no Brasil sobre as dinâmicas e estratégias do Primeiro Comando da Capital (PCC), tornando-o um pioneiro na luta contra essa facção.

Morte de Ruy Ferraz Fontes: Ex-Delegado-Geral SP é Assassinado - Imagem do artigo original

Imagem: bbc.com

Em maio de 2006, um período marcante em sua carreira e na história da segurança paulista, Fontes estava à frente do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), dedicando-se intensamente às investigações sobre o PCC. Naquele ano, a facção lançou uma série de ataques coordenados por todo o Estado de São Paulo, resultando na trágica morte de mais de 500 civis e 50 agentes públicos. Sua equipe foi responsável por indiciar os principais líderes do PCC relacionados a esses ataques, culminando no isolamento desses criminosos em presídios de segurança máxima, uma estratégia fundamental para desarticular a organização. Em reconhecimento à sua bravura e efetividade nas ações contra o PCC em 2006, Ruy Ferraz Fontes foi agraciado, no ano seguinte, com a medalha Tiradentes, concedida pela Câmara Municipal de São Paulo, uma das mais altas honrarias para profissionais da segurança no município.

Fontes como Alvo: As Ameaças da Facção

As rigorosas medidas e a combatividade de Ruy Ferraz Fontes contra o PCC inevitavelmente o transformaram em um alvo prioritário da facção criminosa. Em 2019, a imprensa divulgou amplamente que o líder máximo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, teria emitido uma ordem para o assassinato de três membros da Polícia Civil de São Paulo, incluindo o próprio delegado Fontes. Essa informação chocante foi revelada a partir de uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que conseguiu interceptar uma carta detalhando a complexa operação planejada pelo PCC para atingir os policiais.

Os atentados planejados contra Fontes e seus colegas seriam uma resposta direta e agressiva da facção à transferência de Marcola e de outros 21 líderes do PCC para prisões federais. A medida, que visava isolar os criminosos e enfraquecer o comando da organização, gerou um profundo descontentamento na estrutura do PCC, que revidou com planos de retaliação de alto risco. O trabalho incansável da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo na coordenação e combate a facções criminosas como o PCC é um esforço contínuo e essencial para a manutenção da ordem pública e segurança da população, conforme dados oficiais de atuação no estado.

Cargos de Destaque e Legado Acadêmico

Ao longo de sua vasta carreira, Ruy Ferraz Fontes ocupou diversas posições de proeminência na Polícia Civil paulista. Entre os anos de 2019 e 2022, durante a gestão de João Dória como governador de São Paulo, ele alcançou o patamar máximo da corporação, servindo como delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Nesse período de comando, Fontes esteve à frente das investigações do trágico ataque ocorrido em uma escola e uma locadora de veículos na cidade de Suzano (SP) em 2019, que resultou na morte de oito pessoas, além dos dois atiradores. Sua liderança foi crucial na condução desse caso complexo e de grande repercussão nacional.

Além de sua atuação prática e investigativa, Fontes também era reconhecido por sua contribuição acadêmica e didática no campo da segurança. Ele participou de cursos especializados sobre segurança em diversas instituições no exterior, enriquecendo sua visão e conhecimentos sobre as melhores práticas policiais. Com um histórico de mais de dez anos como educador, Ruy Ferraz Fontes era professor de Investigação Policial na renomada Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo, compartilhando sua vasta experiência e formando novas gerações de policiais. Em janeiro de 2023, mesmo após a aposentadoria da Polícia Civil, ele assumiu a secretaria de Administração em Praia Grande, um indicativo de seu contínuo comprometimento com o serviço público.

A investigação sobre a trágica morte de Ruy Ferraz Fontes permanece ativa, com as autoridades empenhadas em trazer os responsáveis à justiça e assegurar que atos de tamanha violência não fiquem impunes. Para mais notícias e análises sobre o cenário político e de segurança em Goiás, acesse nossa editoria de Política e mantenha-se informado sobre os desdobramentos de temas relevantes como este.

Crédito, Reprodução/Prefeitura Praia Grande


Links Externos

🔗 Links Úteis

Recursos externos recomendados