Netflix estreia Frankenstein de Del Toro com estilo único

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A Netflix anuncia a chegada de Frankenstein de Del Toro, uma adaptação que promete infundir a clássica história de Mary Shelley com a sensibilidade característica do renomado diretor. Com data de estreia agendada, o filme busca renovar a familiar narrativa, aprofundando-se nos detalhes e no aspecto emocional da criação.

Guillermo del Toro, conhecido por sua paixão por contos fantásticos e seres monstruosos, tem um fascínio por “Frankenstein” que remonta a toda uma vida. O cineasta descreve a obra original como “o livro adolescente por excelência” e mantém em sua famosa “Bleak House”, em Los Angeles, uma vasta coleção de representações da criatura, originárias de diversas adaptações para cinema e teatro. Del Toro, há uma década, já expressava o sonho de criar a “melhor versão” de Frankenstein, entendendo que, uma vez realizada, a obra transcende a imaginação para se concretizar.

Netflix estreia Frankenstein de Del Toro com estilo único

Esta nova abordagem do mito de Frankenstein, concebida por Del Toro, não representa uma ruptura radical com a lenda consagrada, mas sim uma exploração através das lentes de suas obsessões artísticas perenes. O diretor se concentra em temas como a descoberta da beleza na escuridão, a corrupção da inocência e o inevitável embate entre criador e criatura. Ao mesclar esses elementos com seu estilo inconfundível e atenção minuciosa aos pormenores, Del Toro transforma a narrativa de mais de 200 anos em uma criação quase que inteiramente sua.

A essência da história permanece inalterada, desenrolando-se a partir de duas perspectivas distintas. Primeiramente, acompanha-se Victor Frankenstein, interpretado por Oscar Isaac, um indivíduo consumido pelo ego e obsecado em vencer a morte. Ele apresenta suas descobertas a respeitados médicos e cientistas, que reagem com inquietação e horror às suas dramáticas demonstrações. Nessas ocasiões, um torso desfigurado é trazido momentaneamente à vida, revelando a audácia de seu projeto. Esse cenário de descrença muda com a aparição de Harlander (Christoph Waltz), um influente negociante de armas que decide financiar as pesquisas de reanimação de Victor.

Um dos pontos fortes do filme é a clareza com que retrata a mania de Victor. Sua devoção à mãe, que faleceu prematuramente, combinada com uma infância marcada por um pai frio e distante que o impelia ao estudo das ciências médicas, moldou um desejo inflexível de trazer os mortos de volta à vida. Com o suporte financeiro de Harlander, Victor pode se dedicar integralmente a este propósito. Ele estabelece um laboratório em uma torre isolada, onde, com meticulosa atenção, vasculha necrotérios e campos de batalha em busca dos componentes essenciais para sua criação, examinando os corpos com a precisão de quem escolhe uma peça de carne no açougueiro.

A adaptação de Frankenstein mergulha nos detalhes intrínsecos do ato de criação, o que ajuda a enraizar a narrativa, que de outra forma seria puramente fantástica. Por exemplo, a criatura adquire uma estatura invulgarmente alta porque Victor percebeu a praticidade de trabalhar com partes corporais maiores. Testemunhar o labor e o pensamento investidos neste processo confere à obra um sentido de milagre. Mesmo conhecendo o desenrolar da história, a cena em que Victor aciona o interruptor e o homem costurado (interpretado por Jacob Elordi) ganha vida é impactante e ainda causa assombro.

Contudo, a dinâmica se altera dramaticamente logo que a criatura abre os olhos. Como Victor mesmo observa no início, ele “nunca considerou o que viria após a criação”. Embora existam breves e delicados momentos em que Victor assume um papel paternal genuíno, a criatura é mantida acorrentada em um porão. Detentora de uma força notável e habilidades regenerativas — um tipo de “Wolverine gótico” — sua mente desenvolve-se lentamente. Por um longo período, a única palavra que consegue proferir é “Victor”. Tal repetição irrita profundamente seu criador, que, por fim, se arrepende de sua obra e tenta aniquilá-la explodindo o laboratório.

Netflix estreia Frankenstein de Del Toro com estilo único - Imagem do artigo original

Imagem: Netflix via theverge.com

Este momento devastador lança um gigante, ainda inocente em muitos aspectos, em um mundo hostil. A partir daí, a história é contada pela perspectiva da criatura. Apesar de sua natureza dócil, ela logo enfrenta o abandono e a rejeição do mundo, amedrontado por sua aparência pavorosa. Um dos poucos esteios de sua existência é Elizabeth (Mia Goth), irmã de Victor e a única que enxerga a criatura como um ser. Eventualmente, incapaz de escapar de sua vida sombria através da morte devido aos seus poderes de cura, a criatura decide caçar Victor em busca de vingança, num ciclo inevitável que demonstra a duradoura influência da versão original da história da autora britânica Mary Shelley. Para saber mais sobre a autora e seu legado, você pode consultar o verbete dedicado em fontes como a Enciclopédia Britannica.

A despeito de algumas alterações pontuais, esta adaptação mantém o curso geral de muitas interpretações de Frankenstein. Entretanto, o que eleva a longa e esperada versão de Del Toro são certos aspectos, como a forma clara e potente com que ele abraça a temática parental. Victor surge como um “pai ausente”, que se preocupa com sua prole apenas na medida em que ela pode validar seu trabalho. Ele almeja uma criatura inteligente e impressionante para provar a viabilidade de seus estudos. Quando as coisas não saem como o esperado, ele a renega, exonerando-se de qualquer responsabilidade sobre o resultado de seu experimento. Esse monstro, profundamente ferido, passa o restante de sua vida buscando algum significado para seu sofrimento e, apesar de sua compreensível fúria, nunca desiste completamente de sua figura paterna. A forma como essa relação culmina é, surpreendentemente, comovente e oferece um toque de sensibilidade particular à adaptação.

Cada faceta do filme é concebida com um foco implacável em intensificar essa temática. O carisma natural de Oscar Isaac o torna um Victor idealmente complexo e egoísta. Jacob Elordi, por sua vez, conduz o público por uma verdadeira jornada emocional, transformando-se de uma figura gigantesca e de olhos arregalados, quase infantil, para uma besta terrível e trágica. Sua aparência física se distancia de todas as versões anteriores do monstro, apresentando um homem pálido coberto por cicatrizes geométricas que são simultaneamente plausíveis e fantásticas. Todos esses elementos harmonizam-se com a deslumbrante direção de arte, o elaborado figurino e a assombrosa imagética de sonho que são marcas registradas dos filmes de Del Toro. Até mesmo os caixões na tela exibem uma atenção visual impressionante.

Apesar de ter levado um tempo considerável para ser realizada, a espera valeu a pena, e é visível a cada minuto de “Frankenstein”. Assim como o monstro fabricado pelo homem no cerne da narrativa, o filme costura elementos díspares, porém familiares, para criar algo que parece vivo e original, prometendo cativar tanto os fãs do clássico quanto os admiradores do trabalho do aclamado cineasta.

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O filme “Frankenstein” tem previsão de chegada a cinemas selecionados em 17 de outubro e estará disponível para streaming na Netflix a partir de 7 de novembro. Mergulhe nesta jornada gótica e sombria com uma nova perspectiva. Para mais notícias, análises de filmes e as últimas novidades do universo do entretenimento, continue acompanhando nossa editoria Análises e descubra outros conteúdos exclusivos.

Crédito da imagem: Netflix


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