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Os Nothing Ear 3 representam o mais recente avanço da empresa Nothing no concorrido mercado de fones de ouvido sem fio, introduzindo uma configuração de microfone inovadora. Contudo, uma análise aprofundada indica que essa tecnologia, batizada de Super Mic, ainda é um “trabalho em progresso”, remetendo aos desafios observados nos primeiros produtos da marca.
A percepção é que os novos fones trazem um senso de invenção e de limites sendo testados, muito similar à introdução do Ear 1, o produto inaugural da Nothing. Embora o design permaneça característico e o áudio tenha demonstrado melhorias significativas, a experimentação da marca com soluções originais se mantém como um ponto central. O jornalista Dominic Preston, com uma década de experiência e passagens por veículos como Android Police e Tech Advisor, assina esta análise.
Nothing Ear 3: Review Aponta Avanços e Super Mic em Teste
No caso do Ear 1, as inovações resultaram em falhas de hardware e bugs de software. Para o Nothing Ear 3, a grande novidade é o Super Mic, um sistema de microfone direcional integrado ao estojo de carregamento. O objetivo principal é aprimorar drasticamente a qualidade do áudio em chamadas, notas de voz e interações com assistentes de IA. Em certos momentos, a tecnologia alcança seu potencial, mas sua consistência ainda está sendo lapidada.
Tecnologia Inovadora: O Super Mic em Destaque
Lançados a $179, os Ear 3 são, de maneira um tanto confusa para o consumidor, o quarto modelo “flagship” da Nothing, sucedendo o Ear 1, Ear 2 e, posteriormente, um modelo nomeado apenas como “Ear” que, aparentemente, não faz mais parte da sequência de numerados. O Super Mic é o grande diferencial, pioneiro não apenas para a Nothing, mas para a indústria de fones de ouvido como um todo.
O estojo de carregamento dos fones de ouvido Nothing Ear 3 possui dois microfones embutidos: um na lateral e outro na parte inferior. A ativação desses microfones é feita por um chamativo botão “TALK”. Durante uma chamada, um toque duplo neste botão alterna para o microfone do estojo e desliga os dos fones. Uma pressão prolongada no botão ativa o Super Mic temporariamente. Fora das chamadas, segurar o botão serve como atalho para o assistente inteligente preferencial do usuário.
É importante destacar que todas essas funcionalidades operam apenas se pelo menos um dos fones de ouvido estiver fora do estojo e conectado ao telefone; o estojo em si não pode se conectar diretamente ao aparelho. Embora a Nothing não tenha divulgado as especificações técnicas dos microfones do estojo, visualmente eles são maiores que os dos fones, e sua principal vantagem deriva da física simples: um microfone próximo à boca captura um som superior a um posicionado junto ao ouvido. Essa é uma problemática enfrentada pelos fabricantes desde o abandono dos fones com fios e microfones integrados, e a abordagem da Nothing é, no mínimo, original.
Variabilidade no Desempenho do Microfone
Apesar da inovação, a variabilidade do Super Mic nos testes é notável. O áudio ocasionalmente alcança uma qualidade que permitiria seu uso em vídeos para redes sociais, enquanto em outros momentos não oferece melhoria alguma, ou até pior, comparado aos microfones tradicionais dos Ear 3. O principal obstáculo, segundo a análise, reside na direcionalidade, que é tanto sua vantagem quanto sua fraqueza.
Para obter a qualidade superior que o Super Mic promete – mais profundidade, calor e clareza do que os microfones nos fones de ouvido podem oferecer – é crucial posicionar o estojo corretamente. Distância excessiva, proximidade demasiada, orientação incorreta ou obstrução de um dos microfones com a mão resultam em uma queda significativa na qualidade do áudio. Isso significa que há uma técnica para o uso eficaz do Super Mic, e a expectativa de melhorias na qualidade do microfone para notas de voz enquanto o usuário gesticula livremente pode não ser atendida de forma consistente. Para saber mais sobre os avanços e desafios em microfones para fones de ouvido sem fio, você pode conferir o portal de tecnologia TechTudo sobre as últimas tendências no segmento.
Limitações de Compatibilidade e Latência
A compatibilidade do Super Mic se estende, de maneira geral, para qualquer aplicação que utilize os microfones dos fones, como chamadas de voz e vídeo (via aplicativos padrão do telefone, WhatsApp, Zoom, WeChat) e memorandos de voz do iOS. Contudo, a funcionalidade não está disponível nos aplicativos de câmera nativos do iOS ou da maioria dos Androids para gravação de vídeo. Para usar o Super Mic como um microfone de mão em plataformas como TikTok, por exemplo, é necessário um aplicativo de terceiros, como o Blackmagic, que permita a seleção manual da entrada de áudio.
Apesar da atualização iOS 26 ter introduzido a capacidade de escolher o microfone em qualquer aplicativo, a integração entre esta funcionalidade e o Super Mic não foi verificada, segundo a análise. Além disso, a forma como o estojo se conecta via Bluetooth aos fones, que por sua vez se conectam ao telefone, introduz uma pequena latência. Nos testes, a voz gravada com o Super Mic em vídeos pelo aplicativo Blackmagic apresentava uma pequena defasagem em relação às imagens. Embora essa latência não seja um problema em chamadas de voz, torna-se um inconveniente para qualquer tipo de vídeo que não possa ser facilmente corrigido na pós-produção.
Cancelamento de Ruído e Qualidade Sonora
Uma descoberta positiva durante os testes do Super Mic foi a impressionante capacidade de cancelamento de ruído da Nothing para chamadas, independentemente do conjunto de microfones utilizado. Em um teste, a proximidade de uma obra com um britadeira não gerou ruído perceptível no áudio final; o trade-off foi uma ligeira fragmentação da voz do usuário, que acabou sendo impactada pelo filtro de cancelamento de ruído.
Imagem: Dominic Preston/The via theverge.com
No que diz respeito ao cancelamento de ruído para escuta de áudio, a performance foi menos impressionante, mas alinhada com o que se espera de fones nesta faixa de preço. Seja na rua, na academia ou no transporte público, ruídos de fundo sempre se fizeram presentes em algum grau. A promessa de silêncio total em fones de ouvido sem fio custará mais de $180, sendo os Bose QuietComfort Ultra, considerados os melhores fones de cancelamento de ruído atualmente, avaliados em $299.
A qualidade geral do áudio, por outro lado, é satisfatória. Os fones vêm equipados com um conjunto exaustivo de recursos: áudio de alta resolução LDAC, perfis sonoros personalizáveis, equalizador ajustável, áudio espacial, modo de baixa latência para jogos e a capacidade de conectar-se a dois dispositivos via multipoint. A sintonia padrão favorece graves fortes e impactantes, mas as opções de equalização de três e oito canais oferecem ampla flexibilidade para encontrar o som ideal. É possível salvar múltiplos perfis sonoros, e um modo de aprimoramento de graves permite intensificar ainda mais as baixas frequências.
Design Familiar e Bateria
No primeiro olhar, a distinção entre os Ear 3 e as gerações anteriores dos fones de ouvido da Nothing é sutil, embora as hastes agora contem com metal adicional internamente. Esteticamente, a linguagem de design estabelecida desde o Ear 1 persiste, com a característica mistura de plásticos branco, preto e transparente presentes em todo o dispositivo. A principal novidade visual são os detalhes metálicos nas hastes dos fones e no corpo do estojo de carregamento, projetados para otimizar o desempenho da antena e conferir uma sensação mais premium. O alumínio certamente adiciona um peso bem-vindo ao estojo, mas os fones continuam sendo predominantemente de plástico. Ambos os fones e o estojo possuem classificação IP54 para resistência a poeira e água, o que representa um pequeno downgrade em relação ao Nothing Ear do ano passado, que tinha uma classificação IP55 para o estojo.
A vida útil da bateria é boa, embora não se destaque no mercado. A Nothing declara aproximadamente cinco horas e meia de uso por carga com o Cancelamento Ativo de Ruído (ANC) ligado, saltando para dez horas com o ANC desativado – valores que coincidiram com o uso nos testes. O estojo oferece bateria suficiente para mais três cargas adicionais, totalizando cerca de 22 horas de escuta com ANC e 38 horas sem ele. A recarga completa do estojo via USB-C leva pouco mais de uma hora, enquanto o carregamento sem fio Qi demora cerca de duas horas.
Considerações Finais e Preço
À parte do Super Mic, a Nothing não adicionou muitos outros recursos aos Ear 3 em comparação com seus predecessores imediatos, apesar do preço $30 mais alto. As melhorias notáveis incluem uma leve otimização na duração da bateria, alguns detalhes metálicos adicionais e o suporte para áudio espacial, que é uma novidade. O modelo “Ear” do ano anterior já era considerado excelente pelo seu valor, e os pequenos upgrades presentes no Ear 3 são suficientes para mantê-lo competitivo, mesmo que a versão anterior ainda seja tentadora caso esteja disponível em promoção.
No entanto, a decisão de compra pende fortemente para o Super Mic. Apesar de a ideia ser promissora, sua fase atual de desenvolvimento como “work in progress” pode não ser um motivo suficientemente forte para escolher os Ear 3 em detrimento de outros fones. A expectativa fica para uma futura versão, o Ear 4, que talvez consiga consolidar essa inovação.
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A Nothing, com o Ear 3, demonstra seu compromisso em inovar, mesmo que isso signifique lançar produtos com funcionalidades ainda em aperfeiçoamento. Esta análise detalhada revela os pontos fortes e as áreas onde o fone ainda precisa evoluir, especialmente o Super Mic. Continue explorando as últimas notícias e análises sobre tecnologia em nossa editoria para ficar por dentro dos lançamentos e tendências. Para mais reviews e opiniões, acesse nossa seção de Análises e não perca nenhum detalhe do mundo tech.
Crédito da imagem: Dominic Preston / The Verge
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