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A OpenAI suspendeu a capacidade dos usuários de gerar vídeos com a imagem do falecido ativista de direitos civis Martin Luther King Jr. por meio de seu modelo de inteligência artificial Sora. O anúncio, realizado pela empresa na quinta-feira, 16 de outubro de 2025, visa atender a uma solicitação da propriedade do Dr. King, que identificou representações desrespeitosas da figura histórica criadas por alguns usuários.
A medida da OpenAI reflete uma crescente preocupação com o uso indevido da tecnologia de geração de vídeo. Em uma declaração oficial divulgada em sua conta no X (anteriormente Twitter) em 17 de outubro de 2025, a empresa destacou seu posicionamento: “Embora existam fortes interesses na liberdade de expressão ao retratar figuras históricas, a OpenAI acredita que figuras públicas e suas famílias devem, em última análise, ter controle sobre como sua imagem é usada.” A King Estate, Inc., entidade que gerencia a imagem do Dr. Martin Luther King Jr., confirmou a colaboração com a OpenAI para abordar o problema.
OpenAI Suspende Geração de Vídeos de MLK Jr. no Sora
A restrição no Sora chega apenas algumas semanas após o lançamento da plataforma de vídeo social da OpenAI, que permite a criação de vídeos realistas gerados por inteligência artificial, capazes de reproduzir figuras históricas, amigos e usuários que optam por ter sua imagem recriada. Desde seu surgimento, a plataforma intensificou o debate público sobre os perigos inerentes aos vídeos gerados por IA e a necessidade de as plataformas implementarem salvaguardas rigorosas para o controle da tecnologia.
A polêmica em torno das representações indevidas ganhou contornos mais amplos nas últimas semanas. A Dra. Bernice King, filha de Martin Luther King Jr., manifestou-se em seu perfil no Instagram, na semana passada, pedindo que parassem de enviar a ela vídeos de IA que imitavam seu pai. A queixa dela se somou à de outras figuras públicas, como a filha do ator Robin Williams, que também havia solicitado aos usuários do Sora que cessassem a geração de vídeos de IA do seu pai.
Reports do The Washington Post, veiculados no início desta semana, revelaram que usuários do Sora haviam produzido vídeos gerados por inteligência artificial que mostravam o Dr. King emitindo sons de macaco e até mesmo lutando com outra figura icônica dos direitos civis, Malcolm X. Ao navegar pelo aplicativo Sora da OpenAI, a facilidade de encontrar vídeos considerados inadequados, retratando outras personalidades históricas como o artista Bob Ross, a cantora Whitney Houston e o ex-presidente John F. Kennedy, é notável, reforçando a urgência da intervenção.
Além das preocupações relacionadas à representação de seres humanos, o lançamento do Sora também suscitou diversas questões sobre como as plataformas de mídia social deveriam gerenciar vídeos de IA que reproduzem obras protegidas por direitos autorais. O aplicativo está repleto de vídeos que recriam personagens de desenhos animados como Bob Esponja, South Park e Pokémon, abrindo um novo campo para discussões sobre propriedade intelectual na era da IA.
Imagem: techcrunch.com
A OpenAI, diante deste cenário dinâmico, tem implementado outras restrições ao Sora nas semanas seguintes ao seu lançamento. No início de outubro, a empresa já havia indicado planos de conceder aos detentores de direitos autorais um controle mais granular sobre os tipos de vídeos de IA que podem ser gerados com suas obras e imagens. Essa decisão, em parte, parece ter sido uma resposta à recepção inicial de Hollywood, que manifestou ceticismo e desaprovação ao Sora.
Curiosamente, enquanto a OpenAI adota uma abordagem mais restritiva para o Sora, a empresa parece seguir um caminho oposto na moderação de conteúdo em outra de suas plataformas, o ChatGPT. A OpenAI anunciou nesta mesma semana que permitirá que usuários adultos tenham conversas de natureza erótica com o ChatGPT nos próximos meses, sinalizando uma diversidade de estratégias para suas diferentes tecnologias.
A OpenAI demonstra estar em um processo contínuo de adaptação e aprendizado em relação aos desafios que a geração de vídeo por IA apresenta. Alguns de seus pesquisadores debateram publicamente as implicações e o alinhamento de uma plataforma social movida a IA com a missão sem fins lucrativos da empresa logo após o lançamento do Sora. Sam Altman, CEO da OpenAI, admitiu sentir apreensão no dia do lançamento. Conforme Nick Turley, chefe do ChatGPT, expressou no início do mês: “A melhor forma de ensinar o mundo sobre uma nova tecnologia é colocá-la em circulação.” Ele acredita que essa foi a lição com o ChatGPT, e a empresa está redescobrindo o mesmo com o Sora, ajustando-se à forma de distribuir essa tecnologia inovadora no cenário global.
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As decisões recentes da OpenAI destacam a complexidade de gerenciar a inovação tecnológica com as considerações éticas e sociais. A interrupção da geração de vídeos de Martin Luther King Jr. no Sora é um exemplo claro de como a empresa busca equilibrar a liberdade criativa com o respeito à imagem de figuras públicas e seus direitos. Para aprofundar a compreensão sobre os impactos da inteligência artificial na sociedade e no universo do copyright, consulte estudos sobre as diretrizes éticas da IA. Continue acompanhando as atualizações e análises sobre o cenário da inteligência artificial e suas regulamentações em nossa editoria de Política e Tecnologia, onde exploramos as intersecções dessas importantes discussões.
Crédito da imagem: TechCrunch event
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