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Os novos óculos inteligentes Ray-Ban Meta Gen 2 chegam ao mercado com notáveis aprimoramentos, principalmente na duração da bateria, buscando consolidar-se como um acessório de uso diário. No entanto, o dilema intrínseco de carregar uma câmera discretamente acoplada ao rosto permanece como um ponto central de debate e desconforto para alguns usuários.
Disponibilizado oficialmente a partir de 1º de outubro de 2025, a segunda geração dos smart glasses desenvolvidos pela Meta, em parceria com a Ray-Ban, mantém uma estética familiar, mas introduz funcionalidades que elevam sua praticidade e capacidade. O aparelho promete ser mais integrado à rotina do usuário, atuando tanto como dispositivo de áudio quanto como câmera para registrar momentos.
Ray-Ban Meta Gen 2: Avaliação Revela Bateria e Dilemas
A principal melhoria do modelo reside na sua autonomia de energia. Os óculos inteligentes Ray-Ban Meta Gen 2 oferecem até oito horas de uso contínuo, o dobro da geração anterior, conforme a fabricante. Essa capacidade foi confirmada em testes práticos, onde o dispositivo, carregado completamente às 9h, ainda possuía 9% de bateria após doze horas de uso intensivo, incluindo navegação, participação em demonstrações e registro de fotos ocasionais durante um dia completo no campus da Meta.
A resistência da bateria foi evidenciada em outras situações de uso mais exigente, como a captura de fotos e vídeos em uma visita ao zoológico ou durante a audição de podcasts em caminhadas rotineiras. Essa performance indica que, para a maioria dos usuários, os óculos podem ser utilizados durante um dia inteiro sem a necessidade de recargas intermediárias. Para prolongar a autonomia, o estojo de carregamento oferece até 48 horas adicionais de bateria, um aumento significativo em comparação às 32 horas do estojo da versão anterior. O carregamento é ágil, restaurando até 50% da bateria dos óculos em apenas 20 minutos.
Capacidades Aprimoradas de Câmera e Preço
Além da autonomia energética, os óculos inteligentes Ray-Ban Meta Gen 2 também apresentam melhorias na captura de vídeo. A nova versão grava em resolução 3K (precisamente 2203 x 2938 pixels) a 30 quadros por segundo (fps), um avanço notável em relação aos 1440 x 1920 pixels a 30fps da geração predecessora. Contudo, o sensor permanece com 12 megapixels, resultando em uma diferença prática de nitidez de vídeo que, embora perceptível, não é drástica. A gravação por um dispositivo acoplado à cabeça pode, inevitavelmente, gerar vídeos um tanto instáveis, causando uma sensação de enjoo ao serem assistidos.
No restante de seu hardware, o modelo Gen 2 mantém grande similaridade com a primeira geração dos Ray-Ban Meta e com os óculos Oakley Meta HSTN. Novas funcionalidades de software, como vídeos em câmera lenta e hyperlapse, além de um recurso de foco em conversas para amplificar o áudio do interlocutor, ainda não estão disponíveis no lançamento, mas serão implementadas tanto para a Gen 2 quanto para os modelos anteriores. Em termos de custo, os Ray-Ban Meta Gen 2 chegam com um preço inicial de 379 dólares, o que representa um aumento de 80 dólares em relação ao preço de lançamento da primeira geração.
O Dilema da Privacidade e o Conforto do Usuário
Embora as inovações em bateria e câmera sejam significativas, a questão mais persistente e subjetiva envolve o conforto em usar um dispositivo que carrega uma câmera frontal discreta. Durante eventos corporativos, especialmente em contextos da própria Meta, a presença de óculos smart era comum, o que diminuía o constrangimento. No entanto, fora desse ambiente controlado, muitos usuários podem se sentir inseguros ou auto conscientes. O ato de tocar na armação para iniciar uma gravação parece ser menos evidente do que levantar um smartphone, o que para alguns pode soar “furtivo” ou invasivo.
Imagem: Amelia Holowaty Krales via theverge.com
Apesar dessa ressalva pessoal de alguns, o sucesso comercial dos óculos inteligentes Ray-Ban Meta é inegável, com mais de dois milhões de unidades vendidas até o momento. Usuários têm relatado experiências positivas, e em certas comunidades, como a de pessoas com deficiência, os smart glasses têm se mostrado ferramentas transformadoras. Isso indica que, para uma parcela significativa da população, os benefícios e a integração tecnológica superam as preocupações com a privacidade.
Acordos e Termos de Uso: Um Labirinto de Condições
Como todo dispositivo inteligente contemporâneo, a utilização dos Ray-Ban Meta Gen 2 demanda a aceitação de uma vasta série de termos e condições, que, na prática, raramente são lidos integralmente pelos usuários. Para operar os óculos, é indispensável possuir uma conta Meta e o aplicativo Meta AI instalado no smartphone. Uma conta Meta abrange múltiplas plataformas (Meta, Instagram, Quest), cada qual com seus próprios Termos de Serviço e Política de Privacidade. A participação em programas de acesso antecipado a funcionalidades de inteligência artificial beta acarreta a aceitação de termos adicionais.
Além disso, a integração com serviços de terceiros como WhatsApp, Instagram e Spotify requer a concordância com suas respectivas políticas e termos. Permissões podem ser solicitadas para acesso a Bluetooth, Wi-Fi, serviços de localização, dados de voz e de uso. Optar por lentes de grau implica compartilhar informações com óticas parceiras. No total, os óculos inteligentes Ray-Ban Meta vêm com dois acordos obrigatórios e seis adicionais. Para mais informações detalhadas sobre as políticas de privacidade e termos de uso, é possível consultar o Centro de Privacidade da Meta.
Os Ray-Ban Meta Gen 2 representam um passo importante na evolução dos óculos inteligentes, com aprimoramentos na bateria e vídeo que facilitam o uso cotidiano. Contudo, as discussões sobre privacidade e o conforto de uma câmera discreta permanecem como pontos-chave na aceitação do produto. Para explorar outras análises e notícias relevantes no cenário tecnológico e econômico, convidamos você a continuar navegando pela editoria de Economia em nosso site.
Foto: Amelia Holowaty Krales / The Verge
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