📚 Continue Lendo
Mais artigos do nosso blog
A recente condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desencadeou uma ampla repercussão em veículos de imprensa ao redor do mundo. A decisão, tomada por maioria de ministros da 1ª Turma do STF nesta quinta-feira, 11 de setembro de 2025, marcou um momento histórico para o Brasil, sendo noticiada com destaque por importantes agências e jornais internacionais.
A agência de notícias Reuters, por exemplo, enfatizou que esta decisão estabelece um precedente ao fazer de Bolsonaro o primeiro ex-presidente na trajetória do país a ser formalmente condenado por acusações relacionadas a um atentado contra a democracia. A cobertura da Reuters realçou a particularidade de Bolsonaro, um ex-capitão do Exército conhecido por expressar publicamente sua admiração pela ditadura militar brasileira, período que resultou na morte de centenas de cidadãos entre os anos de 1964 e 1985.
Repercussão global da Condenação Bolsonaro pelo STF
Essa sentença, segundo a Reuters, guarda similaridades com vereditos judiciais recentes aplicados a outras figuras políticas de extrema direita globalmente, como Marine Le Pen na França e Rodrigo Duterte nas Filipinas, sublinhando um contexto de responsabilização de líderes em democracias. A análise da agência previu que tal desenvolvimento provocaria um recrudescimento na indignação do presidente dos EUA, Donald Trump, um estreito aliado de Bolsonaro, que anteriormente já havia qualificado o processo como uma “caça às bruxas”. As manifestações dessa desaprovação por parte do governo americano já se traduziram em ações concretas, como a elevação de tarifas impostas ao Brasil, sanções direcionadas ao juiz relator do caso e a revogação de vistos de entrada para a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
A cobertura da Reuters também deu relevo ao voto divergente do ministro Luiz Fux, que na quarta-feira, 10 de setembro de 2025, defendeu a absolvição do ex-presidente e de boa parte de seus apoiadores. A agência apontou que a singularidade desse voto poderia abrir caminhos para questionamentos futuros à decisão, potencialmente aproximando a conclusão definitiva do julgamento do ciclo eleitoral de 2026. Tal proximidade temporal é particularmente sensível, uma vez que Bolsonaro tem reiterado publicamente sua intenção de concorrer às eleições presidenciais, apesar de se encontrar legalmente impedido de pleitear qualquer cargo público.
Paralelamente, o jornal The Wall Street Journal também abordou a condenação de Bolsonaro, focando em suas possíveis ramificações para as relações bilaterais entre o Brasil e os Estados Unidos. O periódico americano ressaltou que a perspectiva de envio do ex-presidente, de 70 anos, à prisão representaria um desafio significativo aos esforços de Trump. O líder americano estaria empenhado em descreditar o processo que, conforme o jornal, “eletrizou o maior país da América Latina” e posicionou o Brasil no epicentro de uma “guerra comercial” travada pela administração de Trump. Essa postura americana culminou na imposição de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, alegadamente devido ao que Washington considera uma “caça às bruxas” direcionada contra Bolsonaro.

Imagem: bbc.com
O Wall Street Journal documentou, ademais, as manifestações de alegria que tomaram as ruas brasileiras após a decisão da ministra Cármen Lúcia, momento que solidificou a formação da maioria a favor da condenação do ex-presidente. “Muitos brasileiros começaram a comemorar na tarde de quinta-feira, buzinando e gritando das janelas de seus prédios”, reportou o jornal, enquanto autoridades brasileiras se preparavam para uma “reação da Casa Branca”.
O The New York Times, por sua vez, concentrou sua análise na expectativa do governo brasileiro quanto a possíveis novas represálias por parte de Trump após a decisão do STF. O jornal detalhou que o Brasil se encontra em estado de alerta, antecipando “a possibilidade de medidas mais punitivas dos Estados Unidos” que poderiam visar outros membros do Supremo Tribunal Federal, bem como instituições financeiras brasileiras, em resposta direta à condenação de Bolsonaro. O periódico norte-americano relembrou, no mesmo contexto, que, dias antes, o Departamento de Estado americano já havia acusado o ministro Alexandre de Moraes de “abuso de autoridade” e havia sinalizado a intenção de “continuar a tomar as medidas cabíveis”, evidenciando uma escalada de tensões diplomáticas e potenciais sanções econômicas ou pessoais direcionadas a membros do Judiciário e instituições nacionais. Para mais informações sobre a política externa brasileira e as relações diplomáticas com os EUA, consulte o Portal Itamaraty.
Em suma, a condenação de Bolsonaro pelo STF gerou uma onda de notícias e análises globais, sublinhando não apenas a dimensão histórica da decisão no cenário jurídico brasileiro, mas também suas amplas e complexas implicações diplomáticas, especialmente no que tange à conturbada relação com os Estados Unidos. Os desdobramentos prometem continuar a pautar discussões internacionais e a moldar o panorama político tanto no Brasil quanto na esfera global. Para se manter informado sobre esses e outros temas relevantes para o país, explore nossa editoria de Política e acompanhe as análises exclusivas do Hora de Começar.
Crédito, Reuters/EPA
Recomendo
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados