Roubo de Celulares em Londres: Brasileiro Grava Ladrões e Ganha Fama

O aumento expressivo no roubo de celulares em Londres tem revelado uma nova figura na luta contra a criminalidade urbana: o brasileiro Diego Galdino. Conhecido por documentar as ações de batedores de carteira nas movimentadas ruas da capital britânica, Galdino transformou-se em uma celebridade virtual, capturando furtos que triplicaram nos últimos anos na metrópole.

Atuando como entregador na capital inglesa, Diego Galdino dedica uma parte significativa do seu tempo a registrar furtos, um cenário que, segundo ele, piora a cada dia. Sua mente, descreve, desenvolveu um “filtro” capaz de identificar a atividade criminosa que se tornou uma constante em sua rotina londrina. A percepção do brasileiro aponta para um agravamento contínuo da situação da segurança pública na cidade.

A crescente onda de furtos na capital inglesa levanta discussões sobre segurança e vigilância. O fenômeno documentado por Galdino não é apenas uma série de vídeos virais, mas um sintoma de um problema social mais profundo. O cidadão brasileiro tem conseguido evidenciar o que muitos londrinos e turistas enfrentam diariamente nas ruas.

Roubo de Celulares em Londres: Brasileiro Grava Ladrões e Ganha Fama

Diante desse cenário, a comunidade virtual e a população de Londres questionam a eficácia das abordagens tradicionais no combate a essa modalidade criminosa.

Os vídeos produzidos por Galdino e postados em sua conta no Instagram, intitulada “PickPocketLondon”, alcançaram milhões de visualizações em apenas poucos meses, consolidando sua reputação como uma espécie de personalidade midiática em Londres. A repercussão nas redes sociais é majoritariamente positiva, com internautas elogiando a iniciativa do brasileiro.

Comentários nas publicações variam de sugestões para redirecionar impostos para seu “serviço”, que consideram “mais eficaz do que a polícia”, até manifestações de admiração por um “brasileiro na Inglaterra salvando turistas”. Essa acolhida popular reflete a insatisfação generalizada com a incidência de crimes e o reconhecimento de um esforço individual notável.

Crescimento Acelerado dos Furtos e a Indústria Criminosa

De acordo com dados da Associação de Motoristas de Táxi Licenciados, conforme aponta seu presidente, Paul Brennan, a prática de roubos de telefones móveis em Londres está “disparando”. Estima-se que, na metrópole, um aparelho celular seja roubado a cada oito minutos, fomentando um mercado paralelo de alto valor financeiro. Este tipo de crime representa uma fonte de lucro considerável para os envolvidos.

A dedicação de Galdino ao combate aos furtos não se limita à gravação. Assim como a veneziana Monica Poli, que ficou famosa pelos seus alertas “attenzione, pickpocket”, Galdino também interage, alertando turistas e pedestres em Londres sobre a presença de batedores de carteira, incentivando-os a ficarem vigilantes com seus pertences, como mochilas.

Apesar de sua vigilância, nem todos têm a sorte de serem avisados a tempo. Fenella Rawling é um exemplo trágico: seu recém-adquirido iPhone 16 foi subtraído em agosto, enquanto ela fazia compras em Cambridge. Mais doloroso que a perda material, o aparelho guardava inestimáveis fotos de sua mãe, que luta contra um câncer de pulmão incurável, memórias que, sem backup, foram perdidas para sempre. “São lembranças que eu jamais, jamais, jamais vou recuperar”, lamentou Rawling, emocionada.

Utilizando o aplicativo “Buscar iPhone”, Fenella acompanhou o trajeto de seu aparelho, que viajou de trem para Londres, depois para Dubai e, em seguida, para a China. Subsequentemente, ela recebeu inúmeras mensagens solicitando detalhes de sua conta ou a remoção dos dados do telefone, um reflexo do modus operandi dos criminosos.

Imagem: bbc.com

Perfil dos Criminosos e Ações Policiais

Um celular roubado na Inglaterra pode ser revendido por até 400 libras, o equivalente a cerca de R$ 2.869. Um caso notório foi o de Sonny Stringer, sentenciado a dois anos de prisão em agosto do ano passado, após ter furtado impressionantes 24 telefones em apenas uma hora. Este caso ilustra a dimensão e a lucratividade da atividade criminosa.

Conforme dados da Polícia Metropolitana, o número de telefones furtados atingiu 117.211 em 2024, representando um aumento de 25% em comparação com os 91.481 registros de 2019. A corporação aponta que os ladrões operam predominantemente usando motocicletas elétricas leves, capazes de atingir velocidades de até 97 km/h, o que dificulta sua interceptação. Em resposta, a Polícia Metropolitana investiu em sua própria frota de motocicletas de alta potência para equipar seus agentes na perseguição desses criminosos.

Os batedores de carteira em Londres são frequentemente uma população com características itinerantes, movendo-se entre diferentes cidades e alterando suas áreas de atuação para evitar reconhecimento pelas autoridades. A Polícia Britânica de Transportes (BTP) também identificou um aumento de ladrões de celulares que viajam diariamente para Londres, dedicando-se a essa prática como uma “jornada de trabalho”.

“Eles estão envolvidos nisso em larga escala, visando acumular muito dinheiro”, revelou um policial, complementando que muitos dos ladrões chegam ao Reino Unido do exterior, passam algumas semanas realizando furtos e depois retornam aos seus países de origem. Entretanto, também há uma parcela de residentes locais engajados nesses crimes, adiciona o oficial. Para informações detalhadas sobre a criminalidade no Reino Unido, é possível consultar fontes oficiais, como estatísticas de crime no país.

Enquanto a questão do roubo de celulares se intensifica, o brasileiro Diego Galdino reitera seu compromisso em continuar a expor os batedores de carteira, com a esperança de causar um impacto positivo. “Eu rezo para ter a oportunidade de fazer a diferença na vida de alguém”, expressa ele, determinado a seguir com sua iniciativa de vigilância e denúncia na capital inglesa.

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Este panorama da atuação de Diego Galdino e do crescimento do roubo de celulares em Londres sublinha a complexidade da segurança urbana em grandes centros. Para acompanhar mais notícias sobre as cidades e seus desafios, explore nossa editoria de Cidades.

Crédito: Steve Hubbard/BBC

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