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As autoridades francesas iniciaram uma intensa mobilização para localizar os criminosos responsáveis pelo roubo de joias no Museu do Louvre, em Paris, ocorrido no último domingo, 19 de outubro. O temor é que as valiosas peças, que incluem um colar de diamantes e esmeraldas ofertado pelo Imperador Napoleão à sua esposa, sejam desmontadas e clandestinamente retiradas do país, impossibilitando sua recuperação.
Quatro criminosos habilidosos, equipados com ferramentas elétricas, executaram o audacioso assalto em plena luz do dia, em um dos museus mais visitados globalmente. Eles subtraíram um total de oito joias de valor inestimável, acendendo um sinal de alerta sobre a segurança das instituições culturais francesas. A unidade de investigação da Polícia Judiciária de Paris assumiu o caso, que tem mobilizado esforços em nível nacional para capturar os responsáveis e evitar a perda definitiva do patrimônio histórico.
Roubo de Joias no Louvre: Alerta de Desaparecimento Rápido
O Museu do Louvre, uma das mais emblemáticas instituições da França, permaneceu fechado na segunda-feira, 20 de outubro, para permitir o prosseguimento das diligências investigativas. O Ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, admitiu publicamente a falha dos protocolos de segurança. Em declaração à emissora France Inter, Darmanin expressou sua confiança na capacidade da polícia em prender os envolvidos, mas ressaltou a gravidade da situação. Ele afirmou que “é certo que falhamos, já que alguém conseguiu estacionar um caminhão-guindaste em pleno centro de Paris e subir nele em poucos minutos para levar joias de valor incalculável”.
Contudo, especialistas em recuperação de arte roubada trazem uma perspectiva sombria para o cenário. Chris Marinello, diretor executivo da Art Recovery International, advertiu sobre uma “corrida contra o tempo” em andamento para impedir a perda irreversível das joias. Segundo Marinello, a não detenção dos ladrões nas próximas 24 a 48 horas pode significar o “desaparecimento para sempre” das peças. Ele explicou que tiaras e coroas de valor histórico, uma vez roubadas, são frequentemente desmembradas. Seus metais são derretidos, as pedras preciosas são lapidadas novamente, e tudo é comercializado em partes. Essa prática visa dificultar a rastreabilidade e ocultar as evidências do crime, tornando a venda em seu estado original uma tarefa extremamente difícil. Marinello sublinhou a profunda preocupação das autoridades francesas de que, se os ladrões não forem capturados dentro do prazo crítico, “é provável que essas peças já tenham desaparecido” e, mesmo que os criminosos sejam detidos, as joias podem não ser recuperadas.
Em resposta à crise, o ministro do Interior, Laurent Nuñez, ao lado de seus assessores, anunciou o reforço da segurança em museus e instituições culturais da França. Essa medida foi tomada na segunda-feira, após uma reunião de emergência com ministros e forças policiais, em reconhecimento à “grande vulnerabilidade” apresentada pelos museus franceses. O assalto do Louvre gerou uma “imagem terrível” para o país, conforme pontuado pelo Ministro da Justiça.
O Ataque e as Brechas na Segurança do Patrimônio Francês
Detalhes preliminares divulgados pela mídia francesa, antes mesmo da publicação de uma avaliação do Tribunal de Contas prevista para novembro, revelam falhas significativas nos sistemas de vigilância do museu. A ala onde o roubo ocorreu, por exemplo, tinha um terço de suas salas sem cobertura por câmeras de segurança, o que evidencia brechas substanciais nos protocolos de proteção, facilitando a ação audaciosa dos criminosos.
O incidente foi descrito como um “assalto de sete minutos” e aconteceu no domingo, 19 de outubro, entre 09h30 e 09h40, hora local (04h30 e 04h40 em Brasília), pouco após a abertura do museu ao público. Quatro ladrões utilizaram um elevador mecânico, acoplado a um veículo, para alcançar a prestigiosa Galerie d’Apollon (Galeria de Apolo) por meio de uma varanda situada às margens do rio Sena. Imagens capturadas no local mostraram uma escada improvisada, montada no veículo, direcionando para uma janela do primeiro andar da instituição.
Dois dos perpetradores, munidos de um cortador de disco elétrico alimentado por bateria, romperam os vidros e adentraram o interior do museu. No interior, os assaltantes confrontaram e ameaçaram os guardas, que prontamente iniciaram o protocolo de evacuação dos visitantes. Os criminosos, agindo com rapidez e precisão, quebraram as vitrines e levaram as joias, que juntas continham milhares de diamantes e uma vasta gama de pedras preciosas. O plano, da invasão à fuga, não ultrapassou os sete minutos. Quando os alarmes dispararam, a equipe do museu seguiu o procedimento estabelecido, comunicando as forças de segurança e assegurando a proteção do público, conforme informações divulgadas pelo Ministério da Cultura.

Imagem: bbc.com
Ainda na tentativa de dificultar o trabalho das autoridades e apagar vestígios, os ladrões tentaram atear fogo ao veículo usado na fuga, que estava estacionado do lado de fora. Contudo, a intervenção rápida de um funcionário do museu frustrou essa tentativa, impedindo que o carro fosse completamente destruído. Entre as oito joias roubadas, destacam-se peças de valor histórico e sentimental inestimável. Um colar de esmeraldas e diamantes que pertenceu à Imperatriz Maria Luisa, ofertado por Napoleão, foi levado. Também foram roubadas uma tiara da Imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, adornada com cerca de 2.000 diamantes, e um colar da última rainha da França, Maria Amélia, contendo oito safiras e 631 diamantes. A Coroa de Maria Amélia também figura na lista dos itens subtraídos.
Lamentos e o Combate ao Crime Organizado Transnacional
A reação da classe política francesa foi imediata e de profundo lamento pela violação do patrimônio cultural. O Presidente Emmanuel Macron qualificou o ato como um “ataque a um patrimônio que apreciamos porque é nossa história”, ressaltando a dimensão cultural e simbólica da perda para a nação. Nathalie Goulet, senadora e membro da comissão de Finanças do Senado francês, descreveu o episódio como “muito doloroso” para o país. Em entrevista à BBC, Goulet expressou sua frustração: “Todos estamos decepcionados e irritados”, e a dificuldade em compreender “como isso pôde acontecer tão facilmente”.
A senadora Goulet mencionou que o sistema de alarme da galeria havia apresentado defeito pouco antes do roubo, levantando questões cruciais sobre sua condição operacional no momento do crime. “Temos que esperar a investigação para saber se o alarme estava desativado”, declarou Goulet, indicando a necessidade de esclarecimentos adicionais e uma profunda análise dos protocolos de segurança. Ela ainda reforçou a tese de que, caso as joias sejam fragmentadas, elas se tornarão instrumentos de “lavagem de dinheiro” em cadeias de financiamento criminoso. Goulet manifestou sua crença de que os perpetradores não são amadores. “Trata-se de uma quadrilha organizada e eles não têm qualquer moral. Não apreciam as joias como peças históricas, apenas como uma forma de lavar seu dinheiro sujo,” completou, sugerindo um modus operandi de criminosos profissionais com ligações ao crime organizado internacional, frequentemente envolvido em tráfico ilícito de bens culturais. Para mais informações sobre cooperação internacional no combate ao crime organizado e a recuperação de bens ilícitos, você pode consultar as ações e dados fornecidos pela Interpol, uma agência vital na coordenação global de esforços policiais.
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O episódio do roubo de joias no Museu do Louvre não apenas levanta sérias questões sobre a segurança de patrimônios históricos e culturais, mas também serve como um alerta contundente para a vulnerabilidade de importantes coleções diante da audácia do crime organizado. A velocidade na captura dos responsáveis é crucial não apenas para a potencial recuperação das peças, mas também para reafirmar a capacidade das autoridades em proteger o inestimável legado cultural da França. Continue acompanhando as atualizações em nossa editoria de Cidades para mais informações sobre este e outros temas relevantes para a segurança pública e patrimonial.
Crédito: AFP, Jb Reed/Bloomberg via Getty Images, Museu do Louvre
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