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Silent Hill F marca o aguardado retorno da renomada franquia de survival horror da Konami, prometendo mergulhar os jogadores em uma narrativa onde o mistério e a fúria são os ingredientes centrais. Com a introdução de uma personagem central cativante e uma ambientação magnificamente sinistra, o título eleva o terror psicológico a um novo patamar, apresentando elementos clássicos com uma vitalidade renovada. Anunciado com grandes expectativas, este jogo, cuja resenha preliminar de Lewis Gordon foi publicada em 22 de setembro de 2025, às 7:01 AM UTC, está gerando burburinho entre os fãs do gênero.
A autenticidade visual e emocional permeia a atmosfera de Silent Hill F, mesmo sob a enigmática névoa de outro mundo que se tornou a assinatura da série. O cenário pitoresco do Japão rural da década de 1960 ganha vida com construções tradicionais de madeira enfileiradas em becos estreitos, riachos murmurantes e pequenos caminhos que serpenteiam por campos de arroz encharcados. Objetos efêmeros do dia a dia, como revistas brilhantes, torradeiras vintage e arranjos florais requintados, estão por toda parte, consolidando uma sensação de lugar inquietante. Contudo, é na representação das emoções que o jogo se destaca: a ansiedade palpável nos rostos de seus personagens adolescentes em meio a provocações mordazes e as explosões sentimentais registradas em bilhetes escolares passados às escondidas, capturam nuances raramente vistas em videogames.
Silent Hill F Revitaliza Survival Horror com Mistério e Fúria
A experiência se desenrola através dos olhos de Hinako Shimizu, uma estudante do ensino médio que, segundo seus amigos, possui uma natureza forte. Rapidamente, a icônica névoa da série desce sobre o vilarejo, forçando Hinako a usar sua destreza atlética, saltando obstáculos para escapar da névoa maligna. Em sua jornada por Ebisugaoka, a protagonista encontra tubos e outras ferramentas para combater criaturas rastejantes e de pernas longas. Ela também se depara com chaves arcanas, essenciais para desvendar portas ameaçadoramente decoradas. Mais uma vez, os jogadores são levados a explorar uma cidade distorcida em formas grotescamente pessoais, reflexo das intensas emoções da protagonista. Enquanto os ingredientes clássicos de Silent Hill estão de volta, há uma frescura e uma vitalidade que se destacam de forma surpreendente.
Parte dessa revitalização é atribuída aos visuais deslumbrantes do jogo, que oscilam entre o fotorrealismo e uma beleza etérea, quase pintada. A luz se difunde naturalmente por cada rua fria e melancólica, ricocheteando no impecável corte de cabelo e uniforme abotoado de Hinako. Um vasto tapete de lírios-aranha vermelhos se desdobra com frequência pela vila fictícia de Ebisugaoka, transformando o cenário em uma alucinação de eco-horror. Dentro de uma paleta de cores desaturada, mas artisticamente concebida, a presença dessas plantas surge como uma interrupção vívida e violenta, criando um contraste estético impactante e um tom sombrio para a narrativa.
Adicionalmente, Silent Hill F se beneficia de uma narrativa primorosamente elaborada pelo renomado autor de mangás japonês Ryukishi07. A história explora Hinako em um momento crucial de sua vida: ainda na escola, ela se encontra à beira de um casamento arranjado por seu pai abusivo e alcoólatra. A jovem é atormentada por ansiedades sociais, desde a fofoca de amigos até a ausência de sua irmã mais velha. A trama é revelada de maneira gradual, através de cutscenes meticulosamente elaboradas e de cartas dispersas que os jogadores encontram pelo ambiente. Embora essa estrutura de narrativa seja comum em videogames, Silent Hill F alcança uma fusão engenhosa entre o espaço do jogo e o desenvolvimento narrativo. A cidade de Ebisugaoka desvenda seus segredos à medida que os mistérios se aprofundam, com ruas que parecem duplicar e torcer, em um paralelo com a intrincada história que se desenrola.
Ao longo da jornada, descobertas tentadoras sobre poluição por arsênio, vazamentos de gases tóxicos e a construção de uma enorme barragem adicionam camadas ao mistério. Resta saber se esses detalhes são cruciais para as manifestações monstruosas que Hinako enfrenta ou se são apenas pistas falsas. A incerteza permanece mesmo após a conclusão inicial do jogo, aproximadamente na décima hora de jogatina.
Silent Hill F pode ser compreendido como uma convergência entre o gênero survival horror e a ficção de mistério honkaku do Japão, um estilo onde a narrativa é gradualmente esclarecida a cada nova partida. Com um total de cinco finais possíveis, a história se aprofunda a cada nova exploração. Durante uma primeira sessão de jogo, ao perambular por florestas assustadoras, a protagonista encontra uma árvore sagrada gigante. No entanto, sem a capacidade de interagir com ela inicialmente, a árvore permanece um enigma até que o jogo é reiniciado, revelando um novo quebra-cabeça que parece girar em torno de sua presença. Mais detalhes e cenas adicionais surgem em subsequentes sessões, e o jogo até oferece um recurso para distinguir novas cenas das antigas, permitindo que os jogadores pulem as repetidas e mergulhem nas revelações inéditas.
Embora a profundidade e a complexidade do mistério sejam impressionantes, o jogo, de acordo com as primeiras impressões, não se foca na geração de sustos repentinos. Silent Hill F é um título sinistro, tenso, melancólico e, em algumas passagens, propositalmente incômodo. No entanto, a sensação de “assustador” não é proeminente como em outros títulos do gênero. Nada aqui se compara à terrível descida abissal nos alicerces da cidade em Silent Hill 2, que parecia conduzir diretamente ao subconsciente atormentado de James Sunderland. A maior aproximação de Silent Hill F ao horror psicológico mais visceral está na casa da família de Hinako. As portas e os cômodos se multiplicam de forma distorcida; corredores se alongam de maneira inquietante. O espaço, que se repete indefinidamente até que todos os seus quebra-cabeças sejam resolvidos, pulsa com uma lógica digna dos pesadelos mais perturbadores.

Imagem: Konami via theverge.com
A menor incidência de sustos é, em grande parte, consequência da inclinação do jogo para a ação. Hinako executa golpes críticos, esquivas em câmera lenta e até empunha uma arma de haste com uma lâmina curva, a naginata. Inicialmente, ela não é uma heroína de ação habilidosa, demonstrando dificuldade para erguer armas e por vezes falhando ao atacar o ar. Contudo, a determinação da adolescente é inabalável. “Não fiquem no meu caminho”, ela diz em certo momento, em um indício claro de sua crescente assertividade e evolução pessoal e combativa.
Durante os confrontos, Hinako consome quaisquer remédios que encontra, desde chá de kudzu e pílulas vermelhas até chocolate. Nos santuários, que funcionam como pontos de salvamento, a personagem pode fazer sacrifícios aos deuses para aprimorar sua saúde, resistência e até mesmo sua sanidade. Essa jornada, portanto, se configura como um teste de fé para a jovem que equilibra a tradição ancestral e a modernidade de sua época. Essa dualidade é brilhantemente refletida na trilha sonora, que combina a música folk tradicional japonesa com a psicodelia dos anos 60, criando uma tapeçaria auditiva rica e atmosférica.
“A estrada serpenteia e se torce”, reflete Hinako em um momento de introspecção no final do jogo. “É como se eu estivesse caminhando pela minha própria mente.” Essa fala, apesar de parecer um pequeno desvio em um roteiro geralmente inteligente por não expor seu subtexto freudiano, suscita uma questão intrigante: o que se esconde nos recessos mais sombrios e íntimos da mente de Hinako? Através de um design de fases expressivo, uma história contada com habilidade e um combate vibrante, Silent Hill F revela uma jovem trancada em uma batalha com as expectativas sociais.
Silent Hill F comunica de forma brilhante sua trajetória emocional, que vai da luta desesperada pela sobrevivência à manifestação de uma fúria violenta. Hinako não apenas desabrocha, mas literalmente explode, transformando-se em uma poderosa força da natureza. Prepare-se para vivenciar essa jornada intensa, pois Silent Hill F será lançado em 25 de setembro nas plataformas PS5, Xbox e PC, prometendo redefinir o que se espera de um survival horror. Para continuar explorando a fundo os lançamentos e as principais novidades do mundo dos games, confira mais análises detalhadas em nossa categoria especializada.
Imagem: Konami
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