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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarca em Israel nesta segunda-feira (13/10) com a expectativa de selar a libertação dos reféns detidos em Gaza. A visita coincide com uma agenda diplomática intensa, que inclui a participação em uma cúpula crucial no Egito, visando consolidar um cessar-fogo e estabelecer um “conselho de paz” na região, duramente atingida por conflitos. A iniciativa ocorre após Trump declarar que “a guerra acabou”, sinalizando um momento decisivo para o futuro do Estado judeu e do território palestino.
A bordo do Air Force One, no domingo (12/10), Trump expressou otimismo, afirmando que o cessar-fogo será mantido e que a criação de um “conselho de paz” para Gaza deveria ser estabelecida rapidamente. Ele descreveu a Faixa de Gaza como um “canteiro de demolição” e fez elogios ao papel do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e do Catar, que atuou como mediador nas negociações.
Trump Chega a Israel para Acordo de Reféns e Paz em Gaza
A segunda-feira se apresenta como um dia fundamental. O prazo para o Hamas libertar todos os reféns ainda sob sua custódia em Gaza encerra-se ao meio-dia, horário local (6h de Brasília). Simultaneamente, o líder americano tem agendada uma viagem ao Egito para uma cúpula internacional de alto nível, cujo principal objetivo é alcançar uma resolução para o conflito prolongado.
O Acordo de Cessar-Fogo e a Libertação de Reféns
O atual cessar-fogo em Gaza foi estabelecido na manhã de sexta-feira (10/10), resultado de um acordo de 20 pontos intermediado por Trump, cujas fases seguintes ainda estão em fase de negociação. O conflito, que gerou esta série de eventos, teve início com os ataques liderados pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023. Naquela ocasião, aproximadamente 1,2 mil pessoas foram mortas e 251 foram feitas reféns, um episódio que desencadeou uma resposta militar intensa por parte de Israel.
Desde então, as operações militares israelenses resultaram na morte de mais de 67 mil palestinos, incluindo um número alarmante de mais de 18 mil crianças, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas. Acredita-se que cerca de 20 reféns israelenses permaneçam vivos, e o Hamas também está encarregado de entregar os restos mortais de até 28 reféns que vieram a óbito.
Em contrapartida à libertação dos reféns, Israel se comprometeu a libertar cerca de 250 prisioneiros palestinos e 1,7 mil detidos de Gaza. Além disso, prevê-se que um volume significativamente maior de ajuda humanitária seja autorizado a entrar na Faixa de Gaza. Um porta-voz do governo israelense informou que a libertação dos prisioneiros ocorrerá assim que os reféns vivos chegarem a território israelense.
A Cúpula de Paz no Egito e Desafios Futuros
A agenda de Donald Trump em Israel inclui um discurso no Knesset, o parlamento do país. Após seus compromissos em Israel, ele seguirá para Sharm el-Sheikh, no Egito, onde co-liderará uma cúpula internacional ao lado do presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi. Espera-se a presença de líderes de mais de 20 nações, incluindo o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas. O Ministério das Relações Exteriores do Egito anunciou que a expectativa é assinar um “documento que encerra a guerra na Faixa de Gaza”, marcando um passo importante para a região.
Apesar do otimismo de Trump sobre a manutenção do cessar-fogo — declarado como “todos estão felizes e acho que vai continuar assim” —, muitos detalhes das fases posteriores do plano de paz ainda prometem ser complexos de acordar. Questões como a governança de Gaza pós-conflito, a extensão da retirada das tropas israelenses e o desarmamento do Hamas figuram entre os pontos mais sensíveis e desafiadores.
No sábado, a repercussão do envolvimento americano foi evidente em Tel Aviv, onde centenas de milhares de israelenses participaram de um comício massivo, entoando cânticos em gratidão ao ex-presidente americano.

Imagem: bbc.com
Crise Humanitária e Esforços de Reconstrução
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou que, após o retorno dos reféns a Israel, os militares procederão com a destruição dos túneis subterrâneos construídos pelo Hamas em Gaza. A urgência da crise humanitária na região foi sublinhada pelo início da entrada de caminhões de ajuda em Gaza no domingo, com centenas de outros veículos formando filas na fronteira, demonstrando a necessidade massiva de suprimentos.
James Elder, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em declarações à BBC no domingo, lamentou que, apesar da entrada de dezenas de caminhões, o volume ainda estava muito abaixo do necessário. A ONU estima que sejam necessários pelo menos 600 caminhões de ajuda humanitária diariamente para começar a mitigar a profunda crise humanitária em Gaza.
A Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC), um sistema global que avalia a severidade da insegurança alimentar, declarou em agosto que partes do território, incluindo a Cidade de Gaza, estavam em situação de fome. Israel, entretanto, refuta o relatório da IPC, com o Ministério das Relações Exteriores afirmando que as conclusões são “baseadas em mentiras do Hamas” e o órgão militar de ajuda humanitária Cogat negando os “amplos esforços humanitários empreendidos em Gaza”. Em Khan Younis, no sul de Gaza, palestinos se aglomeravam em torno dos comboios recém-chegados, evidenciando o desespero por auxílio.
Os palestinos que retornam ao norte de Gaza têm se deparado com cenas de desolação extrema, encontrando suas residências reduzidas a escombros. Equipes de resgate emitiram alertas sobre a possível presença de artefatos explosivos e bombas não detonadas nas áreas. Amjad Al Shawa, líder de uma organização palestina que coordena grupos de ajuda humanitária, estima que cerca de 300 mil tendas serão indispensáveis para prover abrigo temporário aos 1,5 milhão de deslocados em Gaza.
Enquanto os esforços externos buscam estabilidade, tensões internas também persistem. O Hamas convocou aproximadamente 7 mil membros de suas forças de segurança para reassumir o controle sobre as áreas de Gaza recentemente desocupadas pelas tropas israelenses. No domingo, confrontos violentos entre as forças de segurança do Hamas e membros armados da família Dughmush na Cidade de Gaza resultaram na morte de pelo menos 27 pessoas, marcando um dos mais sangrentos conflitos internos desde o fim das principais operações israelenses no território.
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A viagem de Donald Trump a Israel e ao Egito representa um momento de intensa negociação e esperança para a Faixa de Gaza. Com o cessar-fogo em curso e os esforços para a libertação de reféns e a entrega de ajuda humanitária, o mundo observa os próximos passos para uma paz duradoura na região, apesar dos inúmeros desafios políticos, sociais e de segurança. Acompanhe a nossa editoria de Política para todas as atualizações sobre este tema complexo e seus desdobramentos.
Crédito, Reuters
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