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Neste sábado, 4 de outubro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfatizou que não aceitará qualquer postergação nas negociações para a proposta de cessar-fogo em Gaza, apresentada por seu governo no início da semana. Em uma declaração contundente, Trump urgiu o grupo palestino Hamas a tomar uma decisão rápida sobre o acordo.
Através de sua plataforma Truth Social, o líder americano foi categórico: “O Hamas precisa agir rápido, ou então todas as apostas serão canceladas.” Ele reiterou sua oposição à demora e a qualquer cenário em que Gaza volte a representar uma ameaça, afirmando a necessidade de “fazer isso, RÁPIDO”, com garantia de tratamento justo a todos. Trump também expressou gratidão a Israel pela “suspensão temporária dos bombardeios” com o objetivo de facilitar a libertação de reféns e a concretização do pacto de paz.
Trump Exige Rapidez do Hamas em Acordo de Paz para Gaza
Os comentários do presidente americano surgem em um cenário de escalada de violência. Durante a manhã do mesmo sábado, 4 de outubro, a Cidade de Gaza foi alvo de três ataques aéreos. O Ministério da Saúde local, que é administrado pelo Hamas, reportou a morte de 66 pessoas em território palestino nas últimas 24 horas, elevando o total de vítimas desde o início do conflito para alarmantes 67.074. Adicionalmente, 265 indivíduos foram hospitalizados com ferimentos, conforme informações divulgadas pelo Telegram.
Origem e Proposta do Plano de Paz
O plano de paz americano, que abrange 20 pontos, foi oficialmente anunciado por Trump na segunda-feira, 29 de setembro, em colaboração com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que, por sua vez, manifestou seu assentimento à proposta. O escopo da iniciativa prevê o encerramento imediato dos conflitos, a libertação, em até 72 horas, de 20 reféns israelenses vivos mantidos pelo Hamas, além da entrega dos restos mortais de supostos reféns falecidos. Em contrapartida, Israel liberaria centenas de moradores de Gaza que estão sob detenção.
Após a aceitação inicial, o plano estipula que a “ajuda total será enviada imediatamente para a Faixa de Gaza”. A proposta ainda delineia que o Hamas não teria nenhum papel na governança de Gaza, enquanto mantém a porta aberta para a eventual criação de um Estado palestino. Contudo, após a divulgação do plano, Netanyahu reafirmou sua oposição de longa data à criação de um Estado palestino, um ponto sensível e potencialmente controverso nas negociações.
A Resposta Ambígua do Hamas e os Impasses Remanescentes
Em um desenvolvimento crucial, na sexta-feira, 3 de outubro, Trump havia estabelecido um ultimato, dando ao Hamas até domingo, 5 de outubro, para aceitar integralmente o plano de paz ou enfrentar severas consequências. Algumas horas depois, o Hamas divulgou um comunicado em resposta à proposta, indicando uma aceitação parcial, mas sinalizando o desejo de novas negociações sobre diversos aspectos fundamentais.
No documento, o movimento afirmou estar de acordo em “libertar todos os prisioneiros israelenses, vivos e mortos, de acordo com a fórmula de troca contida na proposta do presidente Trump”, contanto que as condições para tais trocas sejam satisfeitas. Contudo, a declaração do Hamas sugere que o grupo busca discussões adicionais sobre temas como o futuro da Faixa de Gaza e os direitos do povo palestino, indicando que essas questões permanecem em análise.
É notável que a declaração do Hamas não fez menção específica ao plano de 20 pontos de Trump nem sua aceitação irrestrita. O grupo expressou, entretanto, a renovação de seu acordo para entregar a gestão da Faixa de Gaza a um “corpo palestino de independentes (tecnocratas), com base no consenso nacional palestino e no apoio árabe e islâmico”. Um ponto de divergência significativo é a ausência de menção no comunicado a duas exigências-chave do plano americano: o desarmamento do Hamas e sua renúncia a qualquer papel na governança de Gaza. A eficácia do plano dependerá de o acordo de libertação dos reféns e a eventual entrega da Faixa de Gaza serem suficientes para convencer Trump sobre a possibilidade de um fim da guerra. Entender os meandros dessas negociações é crucial para avaliar as perspectivas de paz, como destacam discussões globais sobre processos pacíficos e o envolvimento de instituições como as Nações Unidas nos conflitos do Oriente Médio.

Imagem: bbc.com
Expectativas e Preparativos
Hugo Bachega, correspondente da BBC News no Oriente Médio, informou que as negociações entre Israel e Hamas para o acordo estão previstas para serem retomadas no Egito nos próximos dias. Ele avalia que o Hamas agiu sob pressão crescente ao aceitar pelo menos algumas facetas do plano de Trump. Não obstante, diversos pontos de impasse persistem, incluindo o desarmamento do grupo, o cronograma para uma retirada israelense e as garantias de que Israel não reiniciará o conflito após a soltura dos reféns.
No decorrer da sexta-feira, 3 de outubro, após a declaração do Hamas, o Presidente Trump publicou em suas redes sociais um apelo para que Israel cessasse os bombardeios em Gaza. “Com base na declaração recém-emitida pelo Hamas, acredito que eles estão prontos para uma PAZ duradoura. Israel deve interromper imediatamente o bombardeio de Gaza, para que possamos retirar os reféns com segurança e rapidez!”, escreveu ele na Truth Social.
No entanto, na manhã deste sábado, 4 de outubro, o Exército israelense emitiu um alerta, afirmando que a área ao norte de Wadi Gaza — uma reserva natural que divide a Faixa de Gaza — continua a ser uma “zona de combate perigosa”. Em um comunicado dirigido aos palestinos, Avichay Adraee, porta-voz árabe das Forças de Defesa de Israel (IDF), ressaltou que as forças israelenses ainda cercam a Cidade de Gaza e que qualquer tentativa de retorno à região “representa um perigo extremo”. As IDF se aproximam da Cidade de Gaza, considerada o “último reduto” do Hamas, e ordenaram a evacuação dos palestinos para o sul da Faixa. No entanto, grupos humanitários alertam que a “área humanitária” no sul está severamente superlotada, sem espaço suficiente para novas barracas.
Também neste sábado, as Forças Armadas de Israel confirmaram ter recebido instruções para preparar a primeira etapa do plano de paz de Donald Trump: o regresso dos reféns. Em uma publicação na plataforma X, as IDF destacaram que a segurança de suas tropas na Faixa de Gaza é “prioridade máxima”, e que “todas as capacidades das IDF” serão direcionadas ao Comando Sul para a proteção dos militares. O comunicado concluiu afirmando que, “dada a sensibilidade operacional, todas as tropas devem manter alto estado de alerta e vigilância”, e que ainda pode ser necessária “uma resposta rápida para neutralizar qualquer ameaça”.
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A situação em Gaza permanece volátil, com a comunidade internacional e as partes envolvidas aguardando os próximos desdobramentos das negociações. A pressão exercida por Donald Trump sobre o Hamas destaca a urgência de um acordo, enquanto os desafios no terreno e as posições de cada lado continuam a moldar um cenário de incertezas. Mantenha-se informado sobre os acontecimentos na região, acompanhando as últimas notícias na editoria de Política para análises aprofundadas sobre o conflito.
Crédito: Reuters
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