Volvo EREVs americanos: produção na Carolina do Sul até 2030

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A Volvo planeja reorientar sua estratégia global de eletrificação com um anúncio de grande impacto: a fabricação de EREVs americanos, ou veículos elétricos de autonomia estendida, que iniciarão sua produção na unidade da empresa na Carolina do Sul até o término desta década. Esta iniciativa emerge como uma resposta direta aos desafios impostos por vendas em declínio e a um cenário regulatório em constante mutação, marcando uma fase crucial na adaptação da montadora no mercado automotivo mundial.

A comunicação oficial sobre essa nova abordagem foi feita durante uma visita organizada à fábrica de Ridgeville, Carolina do Sul, um dos centros produtivos estratégicos da companhia. Nesse evento, a montadora, pertencente ao grupo chinês Geely, compartilhou detalhes de seus próximos passos, que englobam não apenas a revelação de atualizações significativas para o SUV EX90 – que será equipado com tecnologia computacional da Nvidia – e o início da produção do modelo XC60 a gasolina. Contudo, o principal destaque foi o inédito modelo EREV, ainda sem uma denominação formal, mas desenhado especificamente para as particularidades do mercado dos Estados Unidos.

Esta aposta no segmento de **

Volvo EREVs americanos: produção na Carolina do Sul até 2030

** solidifica uma visão mais pragmática e resiliente para o futuro da mobilidade eletrificada da marca. A empresa aspira a empregar seu vasto conhecimento global e o valioso repertório técnico de sua controladora, a Geely, que detém uma considerável expertise no desenvolvimento de sistemas híbridos. O objetivo é criar uma nova família de veículos que ofereça soluções flexíveis e eficazes frente às crescentes demandas por eletrificação.

Durante um encontro com jornalistas, Håkan Samuelsson, CEO da Volvo, classificou o futuro EREV como um “híbrido de segunda geração”. Ele enfatizou que esses veículos combinarão a agilidade e a potência de aceleração de um automóvel totalmente elétrico, com a conveniência de uma autonomia expandida proporcionada por um pequeno motor a combustão. Samuelsson esclareceu que, embora a tecnologia específica ainda esteja em processo de decisão, a concepção primordial é de um “carro elétrico com um motor de reserva”, diferenciando-o substancialmente dos híbridos da primeira geração, que eram essencialmente veículos a combustão com algum suporte elétrico.

Os EREVs são essencialmente veículos híbridos plug-in, projetados para funcionar predominantemente como veículos elétricos. Seus motores elétricos são os responsáveis pela propulsão das rodas e as baterias podem ser recarregadas em estações EV convencionais. A inclusão de um pequeno gerador a gasolina serve principalmente para recarregar a bateria do sistema elétrico, ampliando consideravelmente o alcance do veículo e, crucialmente, aliviando a “ansiedade de alcance” que muitos consumidores experimentam ao considerar a aquisição de um carro elétrico puro. Este design inovador visa combinar o melhor de ambos os mundos, proporcionando desempenho ecológico com a garantia de viagens mais longas e ininterruptas.

A adoção dos EREVs não é uma iniciativa isolada da Volvo. Muitos fabricantes automotivos estão convergindo para esta solução, prevendo um impacto no volume de vendas de veículos totalmente elétricos (EVs) em virtude da iminente expiração dos créditos fiscais federais nos EUA. Montadoras de peso como Ford, Ram, Hyundai, Nissan e a recém-chegada Scout Motors já sinalizaram seus planos de introduzir seus próprios modelos de veículos elétricos de autonomia estendida em um futuro próximo. Esta tendência sublinha uma percepção crescente de que o EREV pode servir como uma ponte vital na transição para uma frota de veículos mais eletrificada, atendendo a uma gama mais ampla de necessidades dos consumidores.

A sinergia entre a Volvo e sua proprietária, a chinesa Geely, é um fator determinante para o avanço desse novo programa veicular. A Geely, um conglomerado automotivo de vasta escala, possui uma significativa experiência na produção de modelos híbridos. Essa base de conhecimento e engenharia interna será fundamental para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos novos EREVs da Volvo. Apesar de possuir engenheiros distribuídos globalmente, Samuelsson reforçou que a Suécia permanecerá como o epicentro da gravidade da inovação e do design da marca, assegurando a manutenção de sua identidade distintiva.

Volvo EREVs americanos: produção na Carolina do Sul até 2030 - Imagem do artigo original

Imagem: Getty Images via theverge.com

A decisão estratégica de fabricar esses novos modelos no território americano reflete uma necessidade premente da Volvo — assim como de muitas outras montadoras — de mitigar os impactos das tarifas comerciais, especialmente aquelas implementadas durante a administração do Presidente Donald Trump. O período recente tem sido desafiador para a Volvo, que enfrentou uma queda nas vendas mensais ao longo do verão, exacerbada por preços elevados e uma redução na demanda por veículos elétricos. A situação levou, inclusive, à suspensão da comercialização de alguns modelos no mercado dos EUA, em função dos custos proibitivos causados pelas barreiras tarifárias.

Consequentemente, a Volvo está adaptando o desenvolvimento de seu novo híbrido especificamente para o público americano, focando em um veículo de maior porte, ideal para famílias. Segundo Samuelsson, isso sugere a provável criação de um SUV com três fileiras de assentos, nos moldes do XC90 ou EX90. No entanto, a equipe de design da Volvo ainda está avaliando as opções, e a configuração exata do carro final será definida em breve. Uma vez tomada essa decisão e iniciada a produção do EREV, a fábrica da Volvo na Carolina do Sul deverá operar com sua capacidade total, o que ressalta a importância estratégica deste lançamento para a empresa.

A Volvo deposita grandes expectativas no futuro da fábrica de Charleston, Carolina do Sul, para alcançar uma ambiciosa meta de crescimento de 50% no volume de vendas ao longo dos próximos cinco anos. Esta expansão está ancorada em um investimento substancial de US$ 1,3 bilhão destinado à modernização e ampliação da unidade. Inicialmente, a montadora havia estabelecido o ano de 2030 como prazo para se tornar uma empresa exclusivamente focada em veículos elétricos. Contudo, essa meta foi revista e adiada para 2040, em resposta a uma demanda mais fraca e a um ritmo de vendas mais lento do que o previsto. Como afirmou Samuelsson, “levará mais tempo do que pensávamos há cinco anos”, sublinhando a necessidade de ser “pragmático” e de oferecer soluções intermediárias, como os modelos plug-in ou EREVs.

A aposta da Volvo nos veículos elétricos de autonomia estendida fabricados nos Estados Unidos representa uma adaptação crucial da empresa à dinâmica atual do mercado automotivo. Este movimento, ancorado em robustos investimentos e em uma abordagem mais flexível em relação à eletrificação, demonstra o compromisso da marca em atender às demandas dos consumidores enquanto navega pelas complexidades da indústria global. Para aprofundar sua compreensão sobre os desenvolvimentos e as tendências do mercado de veículos, bem como as estratégias de grandes montadoras, visite a nossa editoria de Economia em horadecomecar.com.br/economia/ e mantenha-se informado. Além disso, compreenda a influência dos desafios comerciais internacionais na indústria automotiva global ao consultar fontes de autoridade sobre as novas políticas e adaptações do setor. Não perca os próximos capítulos dessa evolução na indústria automobilística, acompanhando nossa editoria completa de Cidades.

Crédito da imagem: Getty Images


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