Waymo preparada para o inverno: desafios e expansão

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A questão central de como a Waymo preparada para o inverno torna-se crucial para seus ambiciosos planos de expansão. Conforme a empresa de veículos autônomos visa alcançar novos mercados, a capacidade de seus robotaxis de operar com segurança e eficiência sob condições de neve e gelo surge como um desafio fundamental. A estratégia inicial da Waymo focou em regiões com climas mais quentes e secos, mas agora, o foco está em dominar os rigores climáticos de invernos mais intensos para consolidar sua presença em importantes cidades da Costa Leste dos EUA.

Desde o início de suas operações, a Waymo estabeleceu suas bases em localidades conhecidas por climas amenos, como Phoenix, Los Angeles, Atlanta e Austin. Esta abordagem estratégica permitiu que a tecnologia de seus veículos autônomos se desenvolvesse em condições favoráveis. Contudo, para que a expansão planeada para cidades como Boston, Nova Iorque e Washington, D.C. se concretize, será indispensável que os sistemas dos robotaxis provem sua resiliência frente ao frio extremo, nevascas e pistas escorregadias.

Waymo preparada para o inverno: desafios e expansão

Durante um encontro recente com toda a equipe, um dos principais especialistas em clima invernal da Waymo reforçou a urgência da situação para engenheiros e gerentes de produto. Para a próxima fase de crescimento, que inclui também alvos em Londres e no Japão no futuro, a habilidade de seus veículos de conduzir na neve e no gelo é inegociável. Robert Chen, líder de produto da Waymo para questões climáticas, reconhece a complexidade. Ao ser questionado sobre o prazo para a validação do Waymo Driver para operações de inverno, Chen afirmou: “Esta estação de inverno será muito importante para nós. Acho que isso é tudo que posso dizer no momento.”

Existe um entendimento claro dentro da empresa: a incapacidade de enfrentar estradas invernais poderia significativamente limitar a utilidade do serviço de robotáxi da Waymo, impedindo sua ascensão em novas cidades. Enquanto serviços de transporte por aplicativo com motoristas humanos operam em praticamente todas as condições climáticas, a Waymo não pode se dar ao luxo de ser apenas uma operadora “de bom tempo” se quiser competir eficazmente. “Na Waymo, aspiramos a construir um produto e um serviço em que as pessoas possam realmente confiar e usar, não apenas oito, nove ou dez meses por ano, mas algo que elas possam utilizar sempre que quiserem”, pontua Chen.

Os veículos autônomos, de várias maneiras, se assemelham a motoristas humanos: ambos funcionam melhor sob boas condições de visibilidade, estradas secas e sensores desobstruídos. Quando as vias ficam geladas e a neve se acumula, a complexidade aumenta exponencialmente. A Waymo já superou adversidades como inundações repentinas e as “haboobs” (tempestades de areia) em Phoenix, mas a neve apresenta desafios singulares. Um obstáculo principal reside na interpretação visual: marcas de rodovia e sinalizações que estão parcialmente cobertas pela neve podem enganar sistemas de percepção.

Conforme Phil Koopman, especialista em tecnologia de veículos autônomos da Carnegie Mellon University, motoristas humanos possuem a capacidade de inferir sobre sinalizações parcialmente obscurecidas pela neve, um feito que robôs, mesmo os mais avançados, podem ter dificuldade em replicar. “Você pode ver apenas um terço do sinal de pare, mas você sabe que é um sinal de pare”, explica Koopman. “Sistemas de aprendizado de máquina podem ter problemas com isso se não foram treinados para sinais de pare parcialmente obstruídos.” No entanto, Koopman sugere que um sistema robusto como o da Waymo, equipado com hardware redundante como lidar, radar e câmeras, eventualmente estará à altura da tarefa. Ele observa que sistemas exclusivamente baseados em câmeras, como o da Tesla, podem enfrentar mais dificuldades, enquanto o uso de radares será particularmente benéfico em meio à neve, superando limitações de câmeras em neve soprando.

Os desafios da Waymo não se restringem apenas aos aspectos técnicos, mas também abrangem a escassez de dados. As condições de neve são raras no vasto conjunto de dados da Waymo, representando uma porção minúscula do total de dados de condução – muitas vezes menos de 5% ou até frações de 1% para condições mais atípicas, conforme detalhado por Chen. Essa raridade impulsionou a Waymo a inovar, utilizando técnicas avançadas de inteligência artificial para expandir e analisar dados críticos para o desenvolvimento e a validação de seus sistemas, o que tem gerado avanços notáveis. A empresa já acumula quilômetros em ambientes com neve, como Truckee na Califórnia, Michigan e no norte de Nova Iorque, além de testes em Denver e Seattle. Apesar do progresso, há ainda um longo caminho a percorrer.

Waymo preparada para o inverno: desafios e expansão - Imagem do artigo original

Imagem: Cath Virginia via theverge.com

A quinta geração do sistema Waymo já demonstra competência em temperaturas frias e neve leve. No entanto, a Waymo está focando no Waymo Driver de sexta geração, com lançamento iminente, que está sendo especificamente projetado e testado para operar em condições invernais severas. Além de otimizar a coleta e análise de dados, a empresa investiga soluções tangíveis para seus robotaxis enfrentarem ruas mais escorregadias e com lama. Dentre as inovações, estão pequenos limpadores mecânicos que foram integrados para desobstruir o sensor lidar no teto dos veículos. Aquecedores mais potentes também foram incluídos para ajudar a descongelar todos os sensores, assegurando seu funcionamento ideal. O sistema atual da Waymo já está treinado para condições de gelo e pode lidar com desafios como gelo negro, uma capacidade comprovada no inverno passado em Austin com temperaturas subzero, conforme relata Chen. Cada veículo da frota Waymo, atuando como uma estação meteorológica móvel, registra dados cruciais sobre as condições da estrada. Essa informação é vital; se um veículo encontra uma mancha escorregadia, essa informação é transmitida ao restante da frota, alertando outros veículos sobre o trecho perigoso.

Apesar de toda a tecnologia, em cenários onde as condições se deterioram a ponto de tornarem as estradas realmente inseguras e a maioria das pessoas prefere não sair, a Waymo pode optar por suspender temporariamente seus serviços. Embora tais decisões sejam raras, a falta de demanda do público em viajar em condições extremas minimiza a necessidade de manter os veículos na estrada. É crucial entender que a resposta às condições climáticas varia entre cidades: uma leve camada de neve que paralisaria alguns centros urbanos, em outros, teria um impacto quase imperceptível no tráfego. Essa versatilidade e a capacidade de adaptação são partes integrantes da estratégia de expansão da Waymo.

Mesmo quando a neve derrete, a Waymo prossegue o aprimoramento de suas capacidades em um ambiente virtual. Através de modelos avançados de simulação, a empresa consegue replicar digitalmente condições raras, uma abordagem vital para mitigar a escassez de dados observada. A inteligência artificial é amplamente integrada nesse processo, com a incorporação de modelos generativos e fundacionais no sistema. Além disso, a Waymo utiliza modelos em camadas que distinguem variados tipos de neve – úmida, em pó, lamacenta, entre outras – e alimenta essas informações nos pipelines de treinamento para refinar ainda mais a capacidade de seus robotaxis. Pode levar algum tempo até que os clientes da Waymo experimentem suas primeiras viagens em robotaxis na neve, com operações em Washington, D.C. previstas para o próximo ano e outras cidades da Costa Leste sem data definida. Robert Chen e sua equipe mantêm o foco: “O problema da condução autônoma já é realmente difícil por si só”, conclui. “Agora, você adiciona essas condições climáticas malucas. É uma tarefa bastante desafiadora.”

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Em suma, a preparação da Waymo para o inverno é um pilar fundamental para sua expansão global. Superando a escassez de dados através de simulações e inovações em IA, e implementando avanços técnicos em seus veículos, a empresa de carros autônomos avança para garantir a segurança e confiabilidade de seus serviços em quaisquer condições. Acompanhe mais análises e notícias sobre os avanços tecnológicos e seu impacto em nossas Cidades.

Crédito da imagem: Cath Virginia / The Verge


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